terça-feira, 14 de junho de 2011

Rol dos Confessados da Gafanha da Encarnação - 1919

Nº de FogoCabeça de CasalIdadeMulherIdadeNº de FilhosNomeIdade
1Abílio da Silva25Florinda Rosa232Rosa2
Nazareth1
2Adelino Ribau28Maria de Jesus282António2
José
3Ana Teresa, v. de Manuel Sarabando493Joaquim
João 
Maria
4Ana de Jesus, v. de Manuel Carvalho5António
Manuel
Maria18
João 16
Júlio14
5António Caçoilo47Maria Clara468Rosa22
Manuel20
Inácio19
José18
Laurinda15
João 12
Idalina11
Celeste9
6António Piôrro NovoJoana Rosa de Jesus
7António das Neves Louro39Maria E. de Jesus383José Maria12
Maria do Céu8
Auzenda3
8António Vieira25Maria Luiza Tejaleira 283Rosa6
Ascenção4
Luis2
9António Jorge Esgueirão34Maria Joaquina de Jesus314Maria9
Maria da Encarnação7
Rosa3
Alzira3
10António Maria Ribau38Ascenção de Jesus334Maria13
João 9
Joaquim7
Manuel6
11António da Costa, v.81
12António dos Santos Creoulo28Maria Vieira232Catarino3
Rosa2
13António Mateiro48Rosália de Jesus436João 21
António19
Maria13
Cremilde8
José6
Manuel
14António Ferreira Novo73Maria do Rosário
15António Ferreira Novo54Maria de Jesus397Maria19
João 16
Manuel Maria15
José d'Ascenção13
António Maria10
David7
Albino2
16António Rodrigues da Preta57Rosa de Jesus571Maria do Carmo17
17António Figueiredo36Palmira de Jesus354Maria10
Luisa8
João 5
António2
18António Maio27Custódia de Jesus25
19António Luís Ferreira24Rosa de Jesus213José5
António2
Rosa1
20António Teixeira Piôrro42Arminda de Jesus377António16
João 15
Maria12
Rosa6
Auzenda4
Laurinda
Maria do Céu
21António dos Santos Marujo42Maria de Jesus425Carlota19
José18
Maria13
Augusto9
Maria Rosa7
22António Luís Ferreira58Maria de Jesus547Olívia29
Manuel27
Joaquim24
Rosa22
António21
João 16
Auzenda14
23António da Costa Novo56Joana Rosa de Jesus572Auzenda22
Zacarias15
24António Maria Gafanhão26Rosa de Jesus283Manuel 2
Lourenço1
Maria
25António dos Santos Esgueirão42Emília de Jesus385Manuel11
José8
Maria6
João Maria3
António Maria
26António Bernardo47Albina Maria428Maria25
Manuel21
Sebastião16
Custódia14
Rosa11
Rafael Maria7
Maria da Luz
27António Francisco Roque37Maria dos Anjos325João13
Maria Emilia10
Rosa4
Manuel2
Julia
28António dos Santos Gregório42Quitéria de Jesus426Maria19
Manuel18
Maria Rosa16
Teresa14
João Felix8
António5
29António Simões Amarante25Maria Emília Guerrelhas24
30António Maria Fidalgo24Rosa 232António Maria
Ascenção
31António Figueiredo38Rosa de Jesus342João14
Rosa12
32António Tomás36Georgina de Jesus403Manuel13
Mário7
João3
33António da Costa Prancha jr.63Maria Rosa de Jesus64
34António dos Santos Salgueiro43Maria de Jesus434António18
Maria15
Joana13
Violante10
35António Domingos da Graça72Maria de Jesus642Manuel28
Joaquim25
36António Domingos da Graça jr.551Manuel28
37Augusto das Neves35Maria de Jesus342João2
Maria
38Augusto Mariano da Graça34Rosa Gomes Rendeiro31
39Augusto Mateiro40Ana de Jesus353David12
Joaquim6
Maria1
40Custódia Matias60Ana59
41Cirino da Rocha43Catarina de Jesus416Ultília16
Manuel14
José12
Jeremias6
Maria4
João
42David Ferreira Cardoso36Maria de Jesus336Joaquim Maria9
Manuel8
Maria5
Ploremes4
João2
Rosa
43David da Rocha55Emília de Jesus512João17
Anunciação13
44David da Silva Mateiro34Maria de Jesus32
45Domingos José Rebelo50Joana Rosa Maria de Jesus461Francisco10
46Domingos das Neves38Josefa de Jesus334João13
Inácio11
Domingos10
Rosa3
47Domingos Francisco Sarabando77Maria Rosa de Jesus643Maria32
José25
Manuel
48Domingos José Tavares63Maria de Jesus56
49Duarte do Rosário MartinsIria de Jesus1Maria dos Anjos3
50Eduardo Ferreira443João19
Maria16
Rosa14
51Emilia de Jesus, v. de José Figueiredo
52Ernesto Sarabando38Custódia de Jesus391João Albertino5
53Eugénio dos Santos51Lucinda Rosa476Rosa17
Francisco15
Manuel13
Olivia10
Alzira7
Lucinda4
54Eugénio da Cruz Cebola61Maria do Rosário Neves553Rosa35
José33
Manuel31
55Eugénio Sarabando39Maria de Jesus391Maria10
57Fernando dos Santos Patacho722José43
Manuel35
58Florinda de Jesus, v. de Manuel Bola55
59Francisco Bola40Ana Rita381Maria14
60Francisco das Neves Louro41Maria José374Rosa 16
José11
Manuel8
Maria5
61Francisco Domingues da Graça43Rosa de Jesus446Maria Rosa20
Arlinda17
Joaquim11
Domingos8
Auzenda4
Manuel
62Francisco Luis Ferreira46Maria de Jesus41
63Gualdino dos Santos Cova44Emilia de Jesus412António Maria21
José16
64Henrique Fresco32Conceição de Jesus31
65Inácio Sarabando44Maria Eugénia427Maria20
Custódia
Teresa17
Rosa14
Manuel11
José8
João6
66Guilhermina Paula, v.
67Jacinto da Graça24Maria Rosália Branca231Manuel
68Jacinto Domingues Salvador44Joana Rosa de Jesus6João 16
Maria14
Manuel11
Rosa7
David3
António
69Jacinto Fresco44Custódia de Jesus474Manuel 20
Maria 15
Rosa14
João11
70Jacinto da Costa Caçador54Rosália de Jesus54Quitéria24
António 20
José17
Manuel15
71Jacinto dos Santos Pata34Rosalina de Jesus342Maria9
Júlio7
72Jacinto Sarabando57Joana Rosa de Jesus578Maria34
Adelino30
Rosa25
Maria José22
João18
Palmira18
Aurora16
António Manuel13
73Jacinto da Silva Caçoilo40Rosa de Jesus355Maria15
Ana Maria12
António Maria10
José8
Moisés
74Jacinto Ribau Novo60Maria de Jesus554António Maria32
Maria Emília23
Carolina18
Manuel17
75Jacinto de Oliveira76Henriqueta de Jesus76
76Jeremias Fernandes Cardoso41Rosa de Jesus377Maria do Carmo13
Laurinda11
Rosa9
Joana Rosa7
Ernesto5
José2
Custódia
77Jerónimo Casqueira28Maria de Jesus Caçoilo28
78Joana Rosa, solt.76Joana30
79Joana de Jesus, v. de Joaquim Mateiro61Manuel14
80Joana de Jesus, v. de António da Cruz81
81Joana de Jesus, v. do Neves77
82Joana de Jesus, v. do Felício62
83Joana Rosa de Jesus, v. do Manuel Tomé71
84Joana Rosa, solt.Vicencio
85Joana de Jesus, v. de José dos Santos435Maria17
João16
Rosa15
Joana14
Alzira8
86Joana Maria de Jesus, v. do Esgueirão
87João da Costa Novo29Maria da Coceição Sousa26
88João Vergas da Felicia34
89João Francisco Cabelo26Evangelina de Jesus27
90João Lopes Conde34Custódia de Jesus293Maria6
João4
Olívia2
91João Bola42Custódia de Jesus425Júlio16
António15
João13
Manuel12
Isaías10
92João da Silva Mateiro69Maria Joana de Jesus64
93João Vidreiro41Maria de Jesus344Silvério12
Rosa 7
Alzira4
José
94João Francisco da Banca59Maria de Jesus59
95João Fernandes Cardoso45Rosa de Jesus425António20
Maria18
Manuel14
Custódia9
Rosa
96João Fernandes Cardoso Fidalgo48Maria Rosa477Maria21
Angelina18
José16
Manuel13
Carlos10
José Maria
Laurinda
97João Fernandes Cardoso37Maria de Jesus367Manuel12
Carlos10
Maria do Rosário8
Rosa6
Rosária2
Cecília
Maximina
98João Fernandes Cardoso26Amélia de Jesus294Maria2
José
Manuel
José Maria
99João Maria Mateiro38Maria Rosa de Jesus342Maria10
Manuel4
100João da Silva Caçoilo78Maria de Jesus72
101João Caçoilo Novo63Ana de Jesus714Manuel28
João24
José22
Generosa17
102João de Almeida73Maria de Jesus69Júlio40
103João Luís FigueiredoMaria de Jesus2João26
Manuel20
104João Ferreira FélixMaria Leopoldina da SilvaMaria Augusta, sobr
Deolinda, afilh
105João Francisco Roque65Luisa da Conceição691José35
106João Bolais Mónica30Valentina de Jesus261João3
107João Sarabando39Maria Luísa366Joana15
Custódia14
Manuel12
Ernesto10
João7
Maria do Céu
108João Luís Ferreira26Maria de Jesus233Rosa2
João
Maria da Ascenção






Poderá visualisar os originais em (basta fazer download):

Rol de Confessados Ílhavo - Gafanha da Encarnação 1919.pdf


Relatório da visita a Ílhavo do Governador Civil de Aveiro em 1867

para ver livro completo (clica aqui)
§ 1.° PAÇOS DOS CONCELHOS

Todos os concelhos, exceptuando o de Albergaria e Ílhavo, têm os seus paços em casa própria. A câmara municipal de Albergaria faz suas sessões, e tem o arquivo em casa arrendada por 120000 réis anuais, a qual alem de sua construção tosca, aparência pobre, estado de ruína e falta de asseio, não tem capacidade suficiente para o serviço a que está destinada.


Projecta a câmara construir edifício próprio para os paços e mais repartições públicas, edifício que por cálculo aproximado custará 9:0000000 réis. Dificilmente porém poderá a câmara levar por diante este projecto, tendo, como têm todas as vereações que hão estado á testa da administração municipal, descurado de todos os interesses daquele concelho. Bom será porém que a ideia vá por diante até á realidade.

A câmara municipal de Ílhavo acha-se nas mesmas circunstâncias da de Albergaria, com a diferença de que a casa que tem alugada está em bom estado de construção e limpeza, mas faltam-lhe as condições que demanda qualquer repartição publica, entre elas a capacidade suficiente para acomodar os paços do concelho, administração, tribunal judicial, repartição de fazenda e cadeia, que ali existem.

Projecta também edificar paços de concelho, com comodidades para o tribunal judicial, administração do concelho, para o que pediu ultimamente ao conselho de distrito autorização para comprar terreno pelo preço de 1:8000000 réis, e apresentou um projecto de edifício e respectivo orçamento na importância de réis 9:3000000; mas o conselho de distrito, considerando que o projecto de V. Exa. sobre reforma administrativa, ou mesmo o da extinção dos juízes ordinários, pôde em breve influir na divisão administrativa ou judicial daquele concelho e julgado, e por conseguinte tornar inútil no todo ou em parte esta edificação, resolveu que fosse adiado este projecto para mais tarde.

§ 2.° CASAS DAS ADMINISTRAÇÕES DE CONCELHO

Acham-se nos paços dos concelhos as respectivas administrações, com excepção das de Albergaria, Estarreja, Feira, Macieira de Cambra, Mealhada e Oliveira do Bairro.

As de Águeda, Arouca, Aveiro, Oliveira de Azeméis e Ovar têm, cada uma, dois repartimentos, um que serve de secretaria e arquivo, e outro de gabinete do administrador. As de Anadia, Castelo de Paiva, Ílhavo, Sever e Vagos tem apenas um repartimento, que serve para o arquivo, e onde trabalham em comum administrador e seus empregados. E, como se vê são insuficientes, estas cinco, para a regularidade do serviço, principalmente depois da criação das conservatórias. Dificilmente se poderá obter conveniente acomodação para estas novas repartições nestes concelhos, porque o acanhado dos paços não comporta quaisquer obras conducentes a esse fim, e porque nas localidades não há casas de aluguer em circunstâncias suficientes para o serviço da administração e respectiva conservatória.

Estado em que encontrei os arquivos das administrações do concelho de Ílhavo: o arquivo fica nos paços de concelho com capacidade insuficiente. É administrador do concelho o bacharel Jacinto Augusto São Tiago Gouveia, nomeado em 20 de Março de 1866 e escrivão Francisco da Silva Carvão, nomeado em 7 de Outubro de 1854, escrivão inteligente, activo e zeloso, encontrando-se o arquivo Municipal da Câmara de Ílhavo em estado regular, tendo  por selar 3 livros de registo de testamentos, contendo 174 folhas escritas e 2 de hipotecas, contendo 144 folhas escritas.

§5.° IGREJAS PAROCHIAES


As igrejas dos dez concelhos, Albergaria, Aveiro, Estarreja, Feira, Ílhavo, Mealhada, Oliveira de Azeméis, Oliveira do Bairro, Ovar e Vagos, são espaçosas, e acham-se em bom estado de construção. Na de Oliveira de Azeméis têm sido feitos grandes reparos, que, segundo consta, importam já em 7:0000000 réis, despendidos pelo cofre da fazenda nacional, reparos que ainda estão por concluir pelo que diz respeito a uma das capelas interiores e outras obras. Digo, consta, porque não sei que este governo civil tenha tido a menor intervenção nesta obra.

São majestosos os três templos de Ílhavo, Feira e Ovar. O da Feira pertenceu ao extinto convento de S. João Evangelista.

Na igreja de Ílhavo, e como pertença da junta de paróquia, encontrei alguns ricos paramentos, entre eles um pálio bordado a ouro (e novo, apesar de comprado em segunda mão), os quais importaram em réis 3:0005000.

§ 8.° CEMITERIOS

Ílhavo tem cemitério espaçoso e bem construído; carece porém de ser aumentado, o que é fácil por anexação de terreno contíguo.

§ 10.° OBRAS MUNICIPAES

 Não me ocuparei neste relatório de descrever as obras feitas pelos cofres municipais; seria isto inútil nesta ocasião, porque é objecto que faz parte dos diversos dados estatísticos fornecidos ao governo anualmente por este governo civil. Tratarei unicamente de mencionar as obras que tive ocasião de observar, e que pela sua muito regular direcção e por constituírem honra para as câmaras municipais que as empreenderam e levaram por diante, mereceram ser mencionadas.

Em Ílhavo, as principais obras da câmara municipal neste concelho e Vila consistem na factura de 320 metros de extensão por 10 de largura, de calçada de uma rua, e num melhoramento na estrada que liga a vila com Aveiro. Nestas obras e alguns reparos das ruas despendeu a câmara 480.525 réis da verba de 3:3630520 réis consignada no orçamento de 1865-1866 para obras municipais, e aplicou parte da contribuição de serviço de carros.


Governo civil de Aveiro, 26 de Janeiro de 1867.
O governador civil
João Silverio de Amorim da Guerra Quaresma

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Livro de actas da Junta de Paróquia da Freguesia de São Salvador de Ílhavo

Livro de Actas das Sessões da Junta de Paróquia de Ílhavo 1865 - 1876

1865, Abril, 23
Deliberou-se pagar ao tesoureiro da Irmandade do Santíssimo Sacramento e Almas de Ílhavo, João dos Santos Malaquias 1.580 réis por dois alqueires de trigo do foro que a paróquia é obrigada anualmente a pagar à mesma irmandade.
Deliberou-se pagar a Francisco dos Santos Barreto 6.000 réis pela armação preta no paço nos cinco Domingos de Quaresma.

1865, Junho, 18
Deliberou-se entregar ao secretário da Junta, o Pe. João Manuel da Rocha Senos 12.850 réis para pagar aos empregados a cargo da Junta os seus ordenados relativos ao segundo semestre de 1864/65.
Deliberou-se pagar ao tesoureiro da Junta 4.800 réis pelas missas dos legados das confrarias.


1865, Junho, 28
Deliberou-se chamar o serralheiro António de Pinho para se examinar o concerto no relógio e casa do mesmo e se lhe pagasse a quantia de 40.000 réis.
Deliberou-se pagar a António Cândido Gomes 16.831 réis pela cera e mais objectos para a igreja.
Deliberou-se pagar ao secretário 109.798 réis para pagamento completo do empréstimo feito a D. Henriqueta Maia do pagamento dos paramentos ricos.

1865, Junho, 30
Deliberou-se liquidar e apurar contas da cobrança da finta efectuada por António Cândido Gomes nos anos 1861/62 e 1863/64.

1865, Julho, 2
Deliberou-se pagar a Manuel Francisco Arvelo 1.350 réis pelo concerto que fez na bomba do cemitério, 340 pelo concerto nos sinos das entradas e 400 pelo concerto nos esquifes ou tumbas.
Deliberou-se pagar a António Pinho, serralheiro, 400 réis por uma fechadura que fez para a porta do coro da igreja.

1865, Julho, 16
Deliberou-se pagar ao Pe. José Simões Chuva 1.725 réis pela certidão de uma escritura que se julgou precisa para intentar uma questão.

1865, Julho, 30
Deliberou-se pagar ao Pe. Manuel Palhão 4.800 réis pela madeira que vendeu para o telhado da sacristia e ou sacristão José António da Silva 580 réis pelos sanguíneos que mandou fazer.

1865, Agosto, 7
Foi apresentado o orçamento de receita e despesa para o ano 1865/66, dando-se como receita ordinária: renda do moinho do Casal que pertence à Confraria de Nossa Senhora do Rosário de 27.450 réis; renda de 5 alqueires de milho de uma terra pertencente à Confraria do Senhor Jesus de 2.000 réis, rendimento de foros pertencentes às três Confrarias a cargo da Junta de 46.950 réis, rendimento de foros em trigo de 10 alqueires a 600 réis por alqueire de 6.000 réis e rendimento de foros em milho de 5 alqueires a 400 réis por alqueire de 2.000 réis; como receita extraordinária: rendimento de sepulturas do cemitério 50.000 réis, de aluguer de paramentos em funerais de 1.600 réis, de contribuição para sermões das quarenta horas, tardes de Quaresma, semana santa e Páscoa de 40.000 réis, da finta aplicada nesse ano para ser aplicada em conformidade do acórdão do Concelho de Distrito de 6 de Fevereiro de 1857 de 364.431 réis; e dando-se como despesa obrigatória: as festividades do Senhor Jesus e São Sebastião de 16.000 réis, missas dos legados das Confrarias a cargo da Junta de 4.800 réis, aos clérigos que assistem às 40 horas de 10.800 réis, a armação na mesma festividade de 6.000 réis, de cera e azeite todo o ano de 20.000 réis, ao empregado do cemitério 8.600 réis, lavagem e engomação de roupa da igreja 7.500 réis, ao sacristão 9.600 réis, de guizamentos ao pároco 2.400 réis, a quem trata do relógio 8.000 réis, com pregadores nas 40 horas, tardes de Quaresma, semana santa e Páscoa 39.000 réis, de foros a pagar à Santa Casa da Misericórdia de Aveiro de 12 alqueires de trigo galego 8.340 réis, à Irmandade do Santíssimo Sacramento e Almas de 2 alqueires de trigo 1.500 réis, para compra dos livro do registo paroquial 2.400 réis, de décima do moinho do Casal 3.000 réis, da armação preta no paço nos 5 Domingos da Quaresma 6.000 réis, da iluminação na noite de Natal e nas três noites da Semana Santa 1.200 réis, de palmitos no Domingo de Ramos 350 réis, para o ornamento do altar da Senhora do Rosário conforme o testamento do legado de Tomé Nunes da Silva Bastos 20.000 réis; e despesa facultativa: para limpeza da igreja 6.000 réis, concertos nas porcas dos sinos e cordas 10.000 réis, concertos de paramentos, toalhas dos altares e compra de véus de cálice 12.000 réis e para a factura de uma sacristia ou casa de arrecadação de alfaias, imagens sagradas e paramentos que muito se precisa e de duas portas, a principal e uma lateral da igreja matriz, segundo orçamento feito por peritos a juramento de 606.400 réis. 

1865, Agosto, 8
Deliberou-se que, visto se ter incendiado o edifício do Governo Civil de Aveiro e se ter perdido segundo consta os livros dos acórdãos tomados pelo Concelho de Distrito, transcrever para esta acta o acórdão nº 75 de 6 de Fevereiro de 1857, remetido por cópia a esta Junta, sobre uma derrama acordada pela Câmara de 12% sobre a verba da contribuição predial, industrial e verbas de juros, para compra indispensável de trastes e obra da sacristia da igreja matriz.

1865, Agosto, 27
Deliberou-se mandar fazer novas enxergas e cabeceiras dos esquifes do cemitério atendendo ao seu péssimo estado.

1865, Setembro, 10
Deliberou-se mandar concertar a janela do baptistério que a tempestade arrombou e que se compusesse a casula que serve nos dias santificados.
Deliberou-se pagar ao sacristão José António da Silva 7.460 réis da despesa feita com a festividade de São Sebastião a cargo da Junta.

1865, Setembro, 24
Deliberou-se pagar a Manuel Francisco Arvello 305 réis pelo concerto da janela do batistério de ferro, pedras e pregos e pagar a Joana Vitorina dos Anjos 720 réis pelo concerto da casula. Deliberou-se mandar fazer renda para a toalha do altar-mor.

1865, Outubro, 6
Deliberou-se pagar da renda para a toalha 1.050 réis e que se mandasse compor dois manustérgios. Deliberou-se pagar ao tesoureiro 4.800 réis pelas missas dos legados das Confrarias a cargo da Junta.

1865, Dezembro, 31
Deliberou-se que se comprar, não excedendo 8.000 réis, uma alcatifa em muito bom estado que se acha à venda, pertencente a João dos Santos Barreto, órfão que ficou de João dos Santos Barreto, da qual a Paróquia tem muita necessidade. Neste acto apareceu António Cândido Gomes como senhor do dito órfão deliberando que sendo para a Igreja da freguesia de bom grado a cedia por aquele valor.
Deliberou-se contratar a obra de pintura do altar da Senhora do Rosário com o pintor Pedro Serrano de Aveiro, para ornamento do qual foi deixado um legado do falecido Tomé Nunes da Silva Bastos, importando 20.000 réis.

1866, Janeiro, 15
Ofereceram-se para mordomos e administradores da Confraria de Santo António da Coutada: José Ferreira dos Santos (juiz), Fernando dos Santos Carrancho (escrivão), Manuel Nunes Feliciano (procurador) e Francisco Simões Preto (tesoureiro), todos do lugar da Coutada.
 
1866, Novembro, 18
Deliberou-se pagar a Joaquim da Costa Carola 10.040 réis, sendo 9.000 pelo seu vencimento de tratar do relógio durante um ano, 560 de compor os canudos de ferro e por cera no trono e 480 por tocar os sinos nas festividades do Senhor Jesus e São Sebastião. Deliberou-se pagar a D. Leocadia Leopoldina de Almeida Ferraz 3.750 réis pela lavação, engomação e reparos na roupa da igreja. 



terça-feira, 17 de maio de 2011

Breve do Papa Clemente XIV à Igreja Matriz de Ílhavo, 1774


Arquivo da Paróquia de Ílhavo © , Breve de jubileu das quarenta horas
para a Igreja Matriz de Ílhavo, 30 de Junho de 1774
(clica na imagem para ampliar)











Tradução:

   CLEMENTE, papa décimo quarto; A todos os fieis de Cristo que virem as presentes letras saúde e bênção apostólica. Para aumentar a religião dos fieis, a a salvação das almas aplicados nos compsia caridade aos celestiais tesouros da Igreja pelas presentes que hão-de valer somente por sete anos misericordiosamente em o Senhor concedemos Indulgência plenária e remissão de todos os pecados a todos os fieis que verdadeiramente contritos e confessados e refeitos com a sagrada comunhão por algum espaço de tempo devotadamente assistirem à oração das quarenta horas continuadas e não interpoladas senão no tempo da noite que se há-de instituir de licença do ordinário uma só vez no ano na Igreja Paroquial do lugar ou Vila de Ílhavo, Bispado de Coimbra e aí rogarem a Deus pela concórdia dos príncipes cristãos extirpação das heresias e exaltação da Santa Madre Igreja. Porém queremos que as presentes sejam nulas se em outro tempo perpétuamente ou por tempo ainda não acabado aos fieis de Cristo que em qualquer outro dia do ano visitarem a dita Igreja se tenha concedida outra alguma semelhante Indulgência que ainda dure ou se pela impetração, apresentação, admissão ou publicação das presentes se der ou receber alguma coisa ainda mínima e expontaneamente oferecida.
   Dadas em Roma, junto a santa Maria Maior debaixo do anel do Pescador aos trinta de Junho de mil setecentos e setenta e quatro, ano sexto do nosso Pontificado=

Livro: Senhor Jesus dos Navegantes - Mar e devoção
















Publicação de co-autoria de Hugo Cálão e Isabel Cachim Madaíl
Á venda no Centro Paroquial de Ílhavo 5€, contactos: 234181850

A festa e a procissão do Senhor Jesus dos Navegantes de Ílhavo


Andor do Senhor Jesus dos Navegantes de Ílhavo
em dia de festa, c. 1930
   Vem de tempos imemoriais apego das nossas gentes às lides do mar; pela sua situação ribeirinha, o mais natural seria que os homens de Ílhavo se voltassem para a ria, onde, saindo pelo esteiro da Malhada começaram por uma pesca muito artesanal, tentando tirar das suas águas o peixe que iria prover ao sustento das suas famílias, sendo o excedente vendido pelas mulheres, que o apregoavam no seu linguajar cantante. Daí aventuraram-se ao mar, primeiro em São Jacinto, depois na Costa Nova onde, num barco a remos, característico da arte xávega, ultrapassavam a rebentação, indo lançar a rede mais ao largo. Mas o ílhavo foi sempre corajoso e lá se aventurou na cabotagem e no mar alto na pesca, nos transportes, etc., sempre com barcos e aparelhagem rudimentar.
   Sem grandes recursos, em dias de “mar bravo”, grandes tempestades, seriam bem aflitivas as situações por que passavam!
   O homem do mar é por índole crente e temente a Deus. É ao Seu Divino Filho que recorre em momentos de perigo e são tantos… É a imagem do Cristo sofredor, na cruz, que traz no coração, imagem que se encontra ao culto na Igreja Matriz sob a invocação de Senhor Jesus dos Navegantes, cuja festa se celebra, ainda hoje, no primeiro domingo de Setembro.

   A procissão fazia o seu itinerário de inicio pela rua Direita ou rua Arcebispo Bilhano, saindo da Igreja Matriz, intersectando a Praça da República e seguindo até à Capela de Nossa Srª do Pranto, regressando depois. Era acompanhada ora pela custódia paroquial ora pela relíquia do Santo Lenho. Este trajecto foi até ínicios do século XX o principal da antiga Vila de São Salvador, quer para os actos de culto quer para os civis.



Na sua imponente procissão, cujo itinerário foi há anos alterado, integram-se as irmandades da Senhora do Pranto e do Santíssimo Sacramento e Almas, os tradicionais anjinhos. Os meninos que levam os ramos da mordomia, tomam lugar à frente do andor do Senhor Jesus, adornado com o lugre miniatura, sanefas adamascadas e os característicos ramos de flores artificiais; seguem-se as representações dos marítimos, com as suas respectivas bandeiras e uma banda de música.
Atrás do pálio seguem as autoridades locais, penitentes cumprindo promessas, a mordomia e outra banda de música.
Atrás desta, o povo de Deus.

Armação da Festa ao Senhor Jesus dos Navegantes - 1952
(SENHOR JESUS ABENÇOAI OS NOSSOS MARINHEIROS - ÍLHAVO)

Subida para Alqueidão, procissão de 1999
   Segundo o itinerário actual, a procissão, saindo da Igreja Matriz segue pela Avenida Manuel da Maia, subindo à Rua de Alqueidão até ao cais da Malhada, onde é feita uma paragem e rezada e reflectida uma passagem da Sagrada Escritura. 
   Procede-se à bênção das actividades marítimas, já que é aí que Ílhavo está voltado para o mar; as águas da ria estão salpicadas de barquinhos engalanados e coloridos que saúdam, enquanto se retoma o caminho pela Avenida 25 de Abril. Na Igreja, com as orações finais dá-se por terminada a procissão.

   E é assim que, ao honrar e louvar o Senhor Jesus, se continua uma tradição velhinha de muitos anos, que se pretende melhorar cada vez mais, para glória de Deus

   Anos houve em que a festa ao Senhor Jesus se efectuou em Novembro e Dezembro.

   Na segunda-feira a, ao final da tarde, celebrada a Missa de sufrágio pelos marítimos falecidos; e como em Ílhavo ”quem não rema, já remou!”, a maioria das pessoas tem as raízes ligadas ao mar e a Igreja fica repleta.
   No final da Missa são distribuídos os ramos pelos mordomos que estão na disposição de dar continuidade à festa e a isso se comprometem perante o pároco e a comunidade.

Comissões de Festa e Mordomias

Da festa do Senhor Jesus, embora havendo referências desde o século XVII, só há registos escritos a partir de 1865, que não vão além das receitas e despesas. É de 1953 uma das primeira listas escrita da mordomia do Senhor Jesus; era pároco o agora Bispo Emérito do Porto D. Júlio Tavares Rebimbas.

Procissão de Dezembro de 1956
D. Júlio Tavares Rebimbas,
segurando a relíquia do Santo Lenho;
lanterna (Cap. José Bilelo)
pálio da direita para a esquerda
(Joaquim da Graça; Mário Paulo do Bem
Carlos FernandesParracho; José Leite
 João Rigueira Alão; Francisco Leite
António Pascoal)

Mordomia do Senhor Jesus dos Navegantes para 1953

Juiz – Capitão Carlos Fernandes Parracho – Rua João de Deus
Tesoureiro – Capitão Manuel Guerra – Rua João de Deus
Secretário – Capitão Augusto Labrincha – Rua João de Deus
Vogais –
Capitão Armindo Ré – Rua de Camões
Capitão Armando Ramalheira – Corgo Comum
Capitão António Augusto Marques – Rua João de Deus
José António Bichão – Rua João de Deus
Manuel Carlos Ratola – Rua Direita
Júlio de Oliveira Bio – Rua Direita
José Oliveira da Velha – Rua Dr. Samuel Maia
José Paulo Moreira Patacão – Rua Dr. Samuel Maia
Manuel Soares Melo – Rua Dr. Samuel Maia
Sara de Jesus Grilo – Rua Dr. Samuel Maia
Adelaide da Silva Anadia – Rua Direita

   Após as obras de restauro da Igreja há, a partir de 1977, um interregno no que respeita à procissão, que deixou de percorrer as ruas de Ílhavo. Contudo, o altar do Senhor Jesus foi sempre zelado por um grupo de mordomas e sempre tiveram lugar os tradicionais actos de culto no primeiro domingo de Setembro.


Cartaz da festa de 1982
   A partir de 1982 é retomada a saída da procissão e a festa continua, até hoje, nos moldes habituais. A ornamentação da Igreja e do andor sempre foram preocupação prioritária das mordomias, sendo a missa da festa preparada com cuidado e devoção. Na semana anterior é altura da reconciliação com Deus, já que quem ama o Senhor O quer receber de coração renovado.

   Além da festa religiosa decorre, no jardim Henriqueta Maia e suas imediações, um alegre convívio de todos que, ao som da música, passeando pelas ruas decoradas com armações iluminadas e tendas de vendedeiras de bolos, esperam pelo fogo de artifício, o ponto alto do arraial.

in Cálão, Hugo, Madaíl, Isabel,
Senhor Jesus dos Navegantes - Mar e Devoção,  2007, pp. 16-21
Ed. Paróquia de São Salvador de Ílhavo, nº depósito legal 262970/07

Lugre miniatura o "Navegante" do Senhor Jesus dos Navegantes de Ílhavo

Miniatura - Lugre Navegante
José Domingues Pena / século XX - 1919
madeira; linho;elementos metálicos, cordão; arame
 187 comp x 31 larg x 120 alt 
  O “Navegante” é um modelo miniatura do lugre Navegante, com três mastros e velas latinas construído pelo marinheiro ilhavense José Domingues Pena, nascido em 1902. Quando começou a miniatura, o seu autor teria 17 anos, levando peças para bordo para as ir fazendo durante a viagem, em dias de mau tempo.   
   Quando naufragou, na faina do bacalhau, prometeu ao Senhor Jesus dos Navegantes que, se a acabasse, lha ofereceria e assim o fez em 1919. A miniatura esteve na Igreja Matriz algum tempo mas passou a ficar guardada em casa duma irmã de José Pena, ficando mais tarde definitivamente depositada na Igreja Matriz.    
    
   Sempre tem figurado na procissão dos marítimos, incorporada no andor do Senhor Jesus dos Navegantes, do lado direito da imagem, num mar de lona pintada. Encontrava-se bastante fragilizado com quase 90 anos de procissões, tendo sofrido recentemente uma intervenção de conservação pelo Capitão Francisco Paião a quem agradecemos a mestria e dedicação.
   O lugre o “Navegante” que serviu de base ao modelo, segundo o Jornal de Ílhavo de 1904, foi lançado à água em Fão, e era propriedade do Sr. Bernardo dos Santos Camarão de Ílhavo e José Gouveia do Porto. Na sua primeira viagem saiu para Setúbal a carregar sal para o Porto.

in Cálão, Hugo, Madaíl, Isabel,
Senhor Jesus dos Navegantes - Mar e Devoção,  2007, p. 15
Ed. Paróquia de São Salvador de Ílhavo, nº depósito legal 262970/07

Festa de Nossa Senhora do Pranto de Ílhavo em 1836 - Lutas liberais

ARTIGOS DE OFFICIO (Reino) 
 Portaria em 17 de Agosto ao Governador Civil de Aveiro, em resposta ao seu oficio de 21 do corrente, em que da parte da prisão de 4 indivíduos, que com mais alguns dos outros pescadores da companhia dos capotes haviam dado vivas a D. Miguel na romagem, e festa de Nossa Senhora do Pranto, em Ílhavo, no dia 15 deste mes, e percorrendo de noite as ruas daquela Vila tinham provocado com insultos, e desafios a gente constitucional; a fim de que o mesmo Governador auxilie a acção da justiça acerca da existência, e circunstancias destes factos, e seus actores, para serem punidos.

Venda da Capela da Vista Alegre em 1814

AVISOS.
Nos dias 5, 9, e 12 de Dezembro próximo, se hão de pôr a lanços no Conselho da Real Fazenda os Bens da Capela, chamada da Senhora da Penha de França, na Ermida da Freguesia de Ílhavo, em Aveiro, de que é Donatária D. Ana Teresa Luísa de Sousa, para se arrematarem no ultimo deles; ficando salva a fruição vitalícia da dita Donatária.


Autos de revista da Capela de São João Baptista da praia da Barra

1880, Junho, 15:



Capela São João Baptista da Barra, 1880 -  fachada.
Autos de revista da Capela de São João Baptista mandada construir nas areias da Barra por João Pedro Soares, natural da freguesia da Senhora da Glória de Aveiro

Ano de nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e oitenta aos quinze dias de Junho, nesta Câmara Episcopal de Aveiro, a petição que a diante faço termo, eu José Pereira de Carvalho a escrevi a assino. Ass

João Pedro Soares morador nesta freguesia de Nossa Senhora da Glória de Aveiro, por sua particular devoção para com São João Baptista mandou construir uma Capela em terreno seu nas areias da Barra de Aveiro, freguesia de São Salvador de Ílhavo; e por que muito desejo que se celebre nela o santo sacrificio vem requerer a V. Ex.a se digne conder licença para benção da dita Capela que tem o ornato necessário, com V. Exd.a pode mandar averiguar por que julgar conveniente, ficando capela de uso público. Pede deferimento.

Auto de revista

Capela de São João da Barra - interior
retábulo da capela-mor provindo do extinto
Convento de Santo António de Aveiro
Em cumprimento da ordem de V. Ex.a constante do mandado junto, fui às areias da Barra, e aí unida a uma morada de casas mandadas construir pelo requerente João Pedro Soares, encontrei uma Capela que pretendem denominar de São João Baptista do banho santo, mandada construir pelo mesmo proprietário em terreno seu e a expensas suas, cuja Capela alinha com as ditas casas e está dentro do quintal das mesmas, com a porta principal para o areal em frente do mar e é de fácil acesso às pessoas que ali vão tomar banhos por ficar próxima da praia; tem uma porta travessa para o aido das casas. Tem a dita Capela de comprimento interior 4,5 m por 3 m de largo. O altar tem 2 m e a tribuna acima do altar 2,5 m; está soalhada, rebocada e forrada, pintado de branco o forro, altar e tribuna, tem banqueta de quatro castiçais e cruz com imagem, de madeira pintada a branco e amarelo e pedra de ara vinda do extinto Convento de Santo António da cidade de Aveiro; nãop tem sacristia nem credencias, mas lugar para estas se está a fazer. Tem um cálice com sua patena e colher de prata dourada, um sanguineo, duas bolsas de corporais, uma branca outra encarnada de damasco, uns corporais duplicados de linho, dois véus de cálice de seda, um branco outro encarnado, uma alva, amito e cordão de linho, três casulas com manípulos e estolas tudo de damasco, branco, encarnado e branco e encarnado, um manustérgio, um prato de estanho com duas galhetas de vidro, um missal impresso em Lisboa em 1860 e sua estante de pau-preto, tudo em muito bom uso. e isto achei no exame a que procedi, e não achei faltas que mereçam notar-se parecendo-me estar no caso de breve se poder benzer.

Ílhavo, 19 de Junho de 1880
O prior, João André Dias