A Gafanha é um território plano triangular situado na ria de Aveiro, delta do rio Vouga, entre a Costa Atlântica, Aveiro e Ílhavo, unido no limite sul a Vagos.
Todo o território das Gafanhas esteve anexo à Paróquia de Vagos sendo anexado à Paróquia de São Salvador de Ílhavo após 19 de Setembro de 1856, constituindo-se e organizando-se nesta altura com os seguintes lugares: o lugar da Gafanha, o lugar da Cal da Vila, o lugar da Chave o lugar do Paredão o lugar do Prado (hoje Gaf. Encarnação)e o lugar de Caseiros (hoje Gaf. Carmo).
Todo o território das Gafanhas esteve anexo à Paróquia de Vagos sendo anexado à Paróquia de São Salvador de Ílhavo após 19 de Setembro de 1856, constituindo-se e organizando-se nesta altura com os seguintes lugares: o lugar da Gafanha, o lugar da Cal da Vila, o lugar da Chave o lugar do Paredão o lugar do Prado (hoje Gaf. Encarnação)e o lugar de Caseiros (hoje Gaf. Carmo).
O lugar da Gafanha, também denominado de Remelha, o mais próximo de Ílhavo seria composto pelo povoado junto ao rio Boco, que originaria mais tarde as Gafanhas de Áquem e da Boavista, terras de grandes propriedades de cultivo pertencentes à Casa de Aveiras e Vagos.
Como se pressupõe que os nomes modernos - da Nazaré, da Encarnação, do Carmo - vieram dos títulos da Virgem, entretanto escolhidos pela devoção popular para as suas respectivas capelas.
Os lugares da Cal da Vila e da Chave originariam a Gafanha da Nazaré.
O lugar do Paredão originaria a actual praia da Barra.
O lugar do Prado originaria a Gafanha da Encarnação, apelidando-se a sua nova orla marítima de Costa Nova do Prado, em oposição à costa velha do Prado, hoje margem da ria. No século XIX a sua principal quinta era propriedade de Joana Gramata, no sítio de Mata-Feijão, defronte da Costa Nova.
O lugar de Caseiros originaria a Gafanha do Carmo. No século XIX a sua principal quinta era propriedade de Luísa Domingues, viúva, no sítio então chamado a Casa do Luís ou Quinta de Luísa Clementina (Quinta da Luisinha).
Como se pressupõe que os nomes modernos - da Nazaré, da Encarnação, do Carmo - vieram dos títulos da Virgem, entretanto escolhidos pela devoção popular para as suas respectivas capelas.
Os lugares da Cal da Vila e da Chave originariam a Gafanha da Nazaré.
O lugar do Paredão originaria a actual praia da Barra.
O lugar do Prado originaria a Gafanha da Encarnação, apelidando-se a sua nova orla marítima de Costa Nova do Prado, em oposição à costa velha do Prado, hoje margem da ria. No século XIX a sua principal quinta era propriedade de Joana Gramata, no sítio de Mata-Feijão, defronte da Costa Nova.
O lugar de Caseiros originaria a Gafanha do Carmo. No século XIX a sua principal quinta era propriedade de Luísa Domingues, viúva, no sítio então chamado a Casa do Luís ou Quinta de Luísa Clementina (Quinta da Luisinha).
Em 31 de Agosto de 1910 a Gafanha da Nazaré, completando na actualidade o seu centenário, foi desmembrada da Paróquia de Ílhavo seguindo-se a criação da Freguesia da Gafanha da Encarnação, pelo decreto nº12:612, de 1 de Novembro de 1926, publicado no Diário do Governo; 1ª série, de 8 de Novembro de 1926, com desmembramento de Paróquia em 3 de Maio de 1928 e a Gafanha do Carmo em 6 de Novembro de 1957.
Paróquia da Gafanha da Nazaré (Virgem da Nazaré)
Já em 23 de Abril de 1818, os moradores do lugar da Gafanha, na altura termo de Vagos, fazem uma escritura de obrigação e conservação de uma capela para manutenção do culto, justificando que ficando o lugar da Gafanha muito arredado da Igreja Matriz de Vagos, quase duas léguas, lhes era mais cómodo cumprir o preceito de ouvir missa.
Desta forma construíram uma capela no sítio da Cal da Villa ao pé da Quinta do Béchinâ que dedicaram à Virgem Nossa Senhora da Nazaré.
1861-08-26, Notícia da Festa de Nossa Senhora da Gafanha da Nazaré da Gafanha, in jornal O Distrito de Aveiro, nº17 |
Esta capela, com o incremento populacional desta região durante o século XIX, passou a ser demasiado pequena pelo que, em 1875 é construída nova capela pelo mestre Bilelo com o dobro da dimensão, rente à primeira pelo lado do norte, mudando-se a fachada de sul para a estrada de ligação à Barra.
Nesta iniciou a Irmandade de Nossa Senhora da Nazaré a sua actividade, com estatutos aprovados pelo Governo Civil em 22 de Agosto de 1902 e por D. Manuel Correia Bastos Pina, Bispo de Coimbra, em 4 de Maio de 1903, seguida do Apostolado da Oração com diploma de 22 de Outubro de 1904.
Após a criação da freguesia foi nomeado para pároco encomendado o capelão o Pe. João Ferreira Sardo, natural daquele lugar e seu primeiro pároco.
Passado um ano após a criação da Freguesia da Gafanha da Nazaré, precisamente em 31 de Agosto de 1911 é realizado o inventário de bens imóveis e móveis da paróquia da Gafanha da Nazaré, inventário organizado para os fins do artigo 62ª e nos termos do artigo 63ª da Lei de separação do estado das Igrejas de 20 de Abril de 1911.
Passado um ano após a criação da Freguesia da Gafanha da Nazaré, precisamente em 31 de Agosto de 1911 é realizado o inventário de bens imóveis e móveis da paróquia da Gafanha da Nazaré, inventário organizado para os fins do artigo 62ª e nos termos do artigo 63ª da Lei de separação do estado das Igrejas de 20 de Abril de 1911.
Presidiu ao inventário o Pe. João dos Santos Patoilo, presidente da Comissão Paroquial, o administrador do Concelho de Ílhavo e o secretário das finanças.
Igreja paroquial da Gafanha da Nazaré, vista aérea década de 50 de 1900 |
O edifício da Igreja Matriz da Gafanha da Nazaré só seria entregue ao pároco da freguesia, na qualidade de presidente da fábrica da Igreja e do Benefício Paroquial por auto de 8 de Outubro de 1975.
(ACMF/Arquivo/CJBC/AVE/ILH/ARROL/001 )
(ACMF/Arquivo/CJBC/AVE/ILH/ARROL/001 )
Neste arrolamento de 1911 são descritos três bens imóveis na Paróquia:
- Edifício em construção para a Igreja Matriz da freguesia situada na Gafanha da Nazaré
- Uma capela e suas dependências, situada na Gafanha da Cale da Vila
- Uma casa de arrumação situada no mesmo lugar
São igualmente descritos os seguinte móveis:
- 2 mastros de içar bandeiras
- 3 bandeiras ordinárias
- sino que está na torre da capela
Fachada da Igreja paroquial da Gafanha da Nazaré década de 30 de 1900 |
- imagem do mártir São Sebastião
- imagem da Senhora da Nazaré
- imagem de São Tomé
- imagem de Nossa Senhora da Memória
- imagem do Coração de Maria, pequena
- imagem de Santo António
- imagem da Senhora da Conceição
- cálice de prata dourada e patena
- 2 vasos de partículas, um dos quais é de prata
- 3 lâmpadas amarelas
- 6 crucifixos
- toalha de mãos
- 10 bancos
- 4 lanternas
- 2 umbelas
- quadro do Coração de Jesus
- quadro do diploma da Associação
- 2 missais
- 2 tapetes, um grande outro pequeno
- pálio
- 2 alvas
- 3 paramentos de rezar missa
- cruz de madeira com crucifixo e manga
- 79 ramos
- 12 castiçais grandes e 18 pequenos
- frontal de altar
- 2 galhetas de porcelana
- quadro das Almas
- camisa de penitente
- 2 mesas de madeira
- três caixas velhas de arrumação
O arrolamento da Capela de Nossa Senhora dos Navegantes, situada no lugar da Barra, irá ser descrito nos arrolamentos da Freguesia de São Salvador de Ílhavo em virtude de na altura ainda não estarem delimitadas com todas as formalidades legais as duas freguesias do concelho, sendo mais tarde definitivamente integrada na Paróquia e freguesia da Gafanha da Nazaré.
Em 2 de Março de 1912 é assinada uma petição por alguns cidadãos do lugar da freguesia da Gafanha da Nazaré, e enviada para a Comissão Jurisdicional dos Bens Cultuais pedindo o retorno de alguns objectos de culto que foram levados da capela da Nossa Senhora da Nazaré para outro templo, construído num dos extremos da freguesia.
Petição de cidadãos de Gafanha da Nazaré (SGMF/CJBC/AVE/ILH/ADMIN/014) A actual Igreja Matriz de vasta dimensão foi construída, como se comprova em cima, em 1910 recebendo os objectos de culto e retábulos da primitiva capela da Cal da Vila que viria a ser demolia em 1916. O retábulo-mor terá pertencido ao Convento de São Francisco da Ponte de Coimbra, cedido ou comprado à Junta de Paróquia da Vera Cruz de Aveiro para adaptação ao novo templo. (Vd. Arquivo do Ministério das Finanças: Cedência à Junta de Paróquia da freguesia da Gafanha de uma tribuna, altares e imagens que estão em poder da Junta de Paróquia de Vera Cruz e que pertenceram ao Convento de São Francisco de Coimbra. 25 de Outubro de 1911). Os altares laterais foram construídos por entalhadores da freguesia de Souto da Carpalhosa, Leiria, e o mecanismo de relógio e sino foram oferecidos em 1930 por Sebastião Lopes Conde e Manuel Carlos Anastácio. A fachada foi azulejada em 1936. |
Hugo Cálão, Set. 2010
Capela de Nossa Senhora das Navegantes / Capela do Forte da Barra de Aveiro
A Capela de Nossa Senhora dos Navegantes, património do Estado, é o mais antigo templo católico das paróquias da península da Gafanha, junto ao primitivo forte da Barra de Aveiro.
De notar a invulgar arquitectura desta capela com as suas paredes ameadas e a ombreira da porta principal de arco em ogiva, de pedra de calcário de Ançã lavrada em espiral.
De notar a invulgar arquitectura desta capela com as suas paredes ameadas e a ombreira da porta principal de arco em ogiva, de pedra de calcário de Ançã lavrada em espiral.
O documento mais antigo que encontrámos referente à capela de Nossa Senhora dos Navegantes data de 23 de Dezembro de 1803, tendo sido feito nesta data visita ás capelas da Barra (Srª dos Navegantes) e Alqueidão para se verificar se estavam em condições de nelas se dizer missa, pois estavam suspensas pela sua degradação. Foi levantada a suspensão à capela do lugar da Barra. (Arquivo da Universidade de Coimbra, cabido e Mitra, cx. III, doc. 12).
Contradizendo algumas informações de que esta capela teria sido construída em 30 de Maio de 1863, informação reiterada pelo Pe. João Vieira Resende e Marques Gomes (O Distrito de Aveiro, p.146), este documento atesta que já existiria no século XVIII e que, por esta altura, terá sido beneficiada e reaberta ao culto.
Cremos que, a posterior obra de 1863 sob a direcção do engenheiro Silvério Pereira da Silva, com custo de 400$000 réis, terá sido uma ampliação ou beneficiação da primitiva. Atestando este facto damos notícia do jornal "O Distrito de Aveiro" de 8 de Setembro de 1863.
Vista do forte da Barra de Aveiro, vendo-se à esquerda a Capela de Nossa Senhora dos Navegantes, c.1930 |
Fachada antes do restauro de 1996 |
Nossa Senhora dos Navegantes -
Como em tempo se havia anunciado n'este jornal, teve lugar no domingo 6 do corrente a festa.
de Nossa Senhora dos Navegantes, em uma bonita capelinha que com esta invocação se acha construída junto ao porto desta cidade. Houve
na vespera fogo prezo, muzica illuminaçño, e no dia, missa cantada sermão pregado pelo sr.
dr. Abel Martins Ferreira, saindo no fim da festa de igreja, pelas 3 horas da tarde, procissão em
que ia imagem da Senhora vestida com muito
gosto decência, acompanhada por alguns mordomos, que vestiam as competentes opas. A capelinha estava bem decorada, a função religiosa correu com devida decência, o sermão foi excellente, como era de esperar do orador.
Da festividade temos dito; agora digamos alguma cousa do passeio até ao logar da festa, ou, se
assim quiserem, da romaria. A idêa do ter uma estrada, que dá soffrivel
commodo para ir barra a toda hora do dia
ou da noite, desafiava muita gente a ir ver fogo na véspera; porém ali hà poucas casas, e moda de passar noites inteiras "à la belle étoile" vai em grande decadência. Por isso muitos reservaram-se para o dia; mas ainda houve alguns
entusiastas que foram d'Aveiro na véspera ver
fogo, voltaram passar aqui noite, para.
de novo se dirigirem para barra no dia seguinte.
No domingo, porém, era muito para vêr-se a quantidade de pessoas que d'esta cidade se dirigia para ali, desde manhã, embarcadas umas,
outras a cavallo, e muitíssimas pé. Na capella, e nas embarcações que por ali estavam fundeadas, tremolava grande numero de bandeiras. Armaram-se lá algumas danças, em que vimos tomar parte muitas das mais galantes tricaninhas
d'esta cidade; cantou-se ao desafio, e, finalmente,
foi um dia cheio aquelle. Quem não foi na véspera, nem no dia de manhã, não faltou de tarde.
Antes e depois da procissão, cada. momento se
viam chegar cavallo algumas das mais formosas damas d'esta cidade, e, bem entendido, indo elas, não deixavam de comparecer também muitos dos nossos leões. À noite retiraram todos muito pesarosos de não ser maior o dia para se prolongar diversão, e pouco satisfeitos com vento, que a todos fez
pagar caro o prazer que ali foram gozar.
Agouramos à romaria da Senhora dos Navegantes muita celebridade e grande concorrência no futuro. Os princípios foram bons, e tudo nos
leva crer que há-de ir prosperado de anno
para anno. Para o bom êxito da festa dizem-nos que
concorrem muito o sr. Reis, piloto-mor da Barra, tornando-se assim digno de louvor"
Foi efectuada obra de restauro e beneficiação sendo reaberta em 30 de Março de 1996.
(Arquivo do Porto de Aveiro, IM-BI-000273, Inauguração do Restauro da Capela do Forte do Barra, em 30 de Março de 1996)
Hugo Cálão, Set. 2010
Como já havíamos referido, a Freguesia da Gafanha da Encarnação foi criada pelo decreto nº12:612, de 1 de Novembro de 1926, publicado no Diário do Governo; 1ª série, de 8 de Novembro de 1926, com desmembramento da Paróquia de São Salvador de Ílhavo em 3 de Maio de 1928
Demolida Igreja Matriz da Gafanha da Encarnação - década de 30 de 1900 |
Como refere o Pe. João Vieira Resende, pároco nesta Gafanha da Encarnação, Joana Rosa de Jesus (de alcunha de seu avô, Joana Gramata, n.1788, f.1878) e seu marido, António dos Santos Pata, moradores nesta localidade, fizeram construir em 1848 na sua quinta, denominada Quinta do Mato Feijão, uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora da Encarnação, provida de alfaias de culto e de algumas imagens ainda hoje existentes, uma imagem de São Tomé, em barro policromado da autoria do barrista aveirense Pedro Serrano e uma imagem do Sagrado Coração de Maria. Crê-se que terá sido este o primeiro lugar de culto da Gafanha da Encarnação, existente em localização vizinha à actual Igreja Matriz e que por vontade particular veio a originar o nome da actual Vila.
Esta primitiva e pequena capela seria de reduzida dimensão, não mais do que cinco metros de comprimento, albergando em destaque no único altar a pequena imagem de Nossa Senhora da Encarnação, imagem de roca com 47 cm de altura.
Foi seu capelão o Pe. José António Morgado, adquirindo um cálice de prata em 1862 no Porto pela quantia de 20$340 réis. Em 1877, a capela é ampliada até à dimensão de 12 metros com construção de torre onde são colocados dois sinos, e ainda dois altares colaterais, um com a imagem do Sagrado Coração de Maria e outro com a imagem de Nossa Senhora da Piedade, em pedra que mais tarde passaria para o nicho exterior da fachada da Igreja. Existiam na capela também as imagens de São Tomé e Santo António, em barro policromado e as imagens de São Sebastião e São João, já desaparecidas em 1936.
Por falecimento do seu proprietário e fundador, António dos Santos Pata, a capela seria em 27 de Abril de 1884 posta em arrematação no tribunal de Aveiro, tendo Manuel Luiz Ferreira, por procuração de todo o povo do lugar, procedido à sua compra, passando desta forma a capela a ser propriedade paroquial.
Esta primitiva e pequena capela seria de reduzida dimensão, não mais do que cinco metros de comprimento, albergando em destaque no único altar a pequena imagem de Nossa Senhora da Encarnação, imagem de roca com 47 cm de altura.
Foi seu capelão o Pe. José António Morgado, adquirindo um cálice de prata em 1862 no Porto pela quantia de 20$340 réis. Em 1877, a capela é ampliada até à dimensão de 12 metros com construção de torre onde são colocados dois sinos, e ainda dois altares colaterais, um com a imagem do Sagrado Coração de Maria e outro com a imagem de Nossa Senhora da Piedade, em pedra que mais tarde passaria para o nicho exterior da fachada da Igreja. Existiam na capela também as imagens de São Tomé e Santo António, em barro policromado e as imagens de São Sebastião e São João, já desaparecidas em 1936.
Por falecimento do seu proprietário e fundador, António dos Santos Pata, a capela seria em 27 de Abril de 1884 posta em arrematação no tribunal de Aveiro, tendo Manuel Luiz Ferreira, por procuração de todo o povo do lugar, procedido à sua compra, passando desta forma a capela a ser propriedade paroquial.
O seu segundo capelão, o Pe. Augusto Cândido Figueira funda neste lugar a Irmandade de Nossa Senhora da Encarnação e Almas com estatutos aprovados pelo Governo Civil em 2 de Setembro de 1901 e por D. Manuel Correia de Bastos Pina, bispo em 13 de Novembro do mesmo ano.
São Tomé, c. 1850 Igreja Matriz da Gafanha da Encarnaçáo Pedro Serrano, barrista aveirense barro policromado |
Em 25 de Julho de 1907 é demolida a capela, dando-se inicio à construção de um templo de grande dimensão no mesmo local mas com nova orientação poente-nascente, ficando a obra sobre direcção do mestre Manuel Bolais Mónica pelo custo de 3.050$000 réis. Teria a dimensão de 26 metros de comprido por 8 de fachada.
Em 1908 estavam levantadas as paredes até à altura do arco cruzeiro, sendo registada esta data incisa na pedra de fecho respectiva, estando a obra concluída em 1909.
O seu terceiro capelão o Pe. João Francisco Quaresma (1873-1957), ao iniciar a capelania no nova igreja da Gafanha da Encarnação em 1909, funda neste lugar o Centro do Apostolado da Oração.
Em 1912, após secularização do Convento feminino das Carmelitas de São João Evangelista de Aveiro, igreja em frente ao tribunal de Aveiro, conseguiu-se por cedência dois retábulos de talha dourada deste convento, que foram adaptados na nave da igreja a altares colaterais do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora da Encarnação.
Em 1911 adquiriu-se a tribuna e retábulo-mor à Paroquia da Vera Cruz de Aveiro, que fora do Convento de São Francisco da Ponte de Coimbra, e que após feitas adaptações, foi instalado na capela-mor da matriz da Gafanha da Encarnação.
Este retábulo e tribuna do Convento de São Francisco da Ponte da cidade de Coimbra, abandonada do culto, foi comprado em 1880 para adaptação à Capela-mor da Igreja do Convento de São Domingos de Aveiro pela Junta de Paróquia da Glória de Aveiro, pedindo-se ao Engenheiro António Ferreira de Araújo e Silva que se deslocasse a Coimbra acompanhado de um artista competente para as necessárias medições e que possa ficar em Coimbra a dirigir a demolição e efectiva-se a compra disponibilizando-se a quantia de 400.000 réis. Após ser apeado em Dezembro de 1880 a Paróquia da Glória paga à Companhia Real dos Caminhos de Ferro pelo transporte de três vagões desde a estação de Coimbra a Aveiro carregados de objetos da antiga tribuna comprada em Coimbra, assim como o transporte da estação para a Igreja de São Domingos, atual Sé, e seu arrumo. Em Dezembro de 1882 constata-se que esta tribuna que havia sido comprada para colocar na Capela-mor era muito alta, e visto ser necessário proceder a obras avultadas para altear as paredes da Capela-mor, pondera-se a troca desta tribuna por outra que pertenceu à extinta Igreja da Vera Cruz de Aveiro. Em 26 de Agosto de 1885 a Paróquia da Vera Cruz de Aveiro compra pela quantia de 481.020 reis a tribuna adquirida pela Paróquia da Glória de Aveiro que havia pertencido ao Convento de São Francisco da Ponte da cidade de Coimbra, abatendo 108.010 réis pela tribuna da Capela-mor da Igreja da Vera Cruz de Aveiro que hoje se encontra a servir de retábulo principal da Sé de Aveiro. Em 25 de Outubro de 1911 a Junta de Paróquia da freguesia da Gafanha pede cedência de uma tribuna, altares e imagens que estão em poder da Junta de Paróquia de Vera Cruz e que havia sido adquirida pela Junta de Paróquia da Glória e que pertenceram ao Convento de São Francisco de Coimbra.
Após o desmantelamento e demolição da igreja da Gafanha da Encarnação na década de 80 do século 20 este retábulo encontra-se desmontado e muito deteriorado.
Adquiriu-se também ao convento de Jesus de Aveiro a custódia, e uma píxide de prata, um véu de ombros e outras alfaias de culto assim como as imagens de Nossa Senhora de Lurdes e do Sagrado Coração de Jesus. Em 1926 construídos por artistas do lugar os dois altares laterais da nave, o de Nossa Senhora de Lurdes e o das Almas.
Em 1928, no dia 3 de Maio seria fundada a Paróquia da Gafanha da Encarnação, passando a a igreja a ser Igreja Paroquial.
Em 1911 adquiriu-se a tribuna e retábulo-mor à Paroquia da Vera Cruz de Aveiro, que fora do Convento de São Francisco da Ponte de Coimbra, e que após feitas adaptações, foi instalado na capela-mor da matriz da Gafanha da Encarnação.
Este retábulo e tribuna do Convento de São Francisco da Ponte da cidade de Coimbra, abandonada do culto, foi comprado em 1880 para adaptação à Capela-mor da Igreja do Convento de São Domingos de Aveiro pela Junta de Paróquia da Glória de Aveiro, pedindo-se ao Engenheiro António Ferreira de Araújo e Silva que se deslocasse a Coimbra acompanhado de um artista competente para as necessárias medições e que possa ficar em Coimbra a dirigir a demolição e efectiva-se a compra disponibilizando-se a quantia de 400.000 réis. Após ser apeado em Dezembro de 1880 a Paróquia da Glória paga à Companhia Real dos Caminhos de Ferro pelo transporte de três vagões desde a estação de Coimbra a Aveiro carregados de objetos da antiga tribuna comprada em Coimbra, assim como o transporte da estação para a Igreja de São Domingos, atual Sé, e seu arrumo. Em Dezembro de 1882 constata-se que esta tribuna que havia sido comprada para colocar na Capela-mor era muito alta, e visto ser necessário proceder a obras avultadas para altear as paredes da Capela-mor, pondera-se a troca desta tribuna por outra que pertenceu à extinta Igreja da Vera Cruz de Aveiro. Em 26 de Agosto de 1885 a Paróquia da Vera Cruz de Aveiro compra pela quantia de 481.020 reis a tribuna adquirida pela Paróquia da Glória de Aveiro que havia pertencido ao Convento de São Francisco da Ponte da cidade de Coimbra, abatendo 108.010 réis pela tribuna da Capela-mor da Igreja da Vera Cruz de Aveiro que hoje se encontra a servir de retábulo principal da Sé de Aveiro. Em 25 de Outubro de 1911 a Junta de Paróquia da freguesia da Gafanha pede cedência de uma tribuna, altares e imagens que estão em poder da Junta de Paróquia de Vera Cruz e que havia sido adquirida pela Junta de Paróquia da Glória e que pertenceram ao Convento de São Francisco de Coimbra.
Após o desmantelamento e demolição da igreja da Gafanha da Encarnação na década de 80 do século 20 este retábulo encontra-se desmontado e muito deteriorado.
Vista interior da demolida Igreja Paroquial da Gafanha da Encarnação, c. 1980 |
Em 1928, no dia 3 de Maio seria fundada a Paróquia da Gafanha da Encarnação, passando a a igreja a ser Igreja Paroquial.
Provisão da criação da Paróquia de Nossa Senhora da Encarnação 3-05-1928 |
A nova Igreja matriz foi inaugurada a 22 de Agosto de 1993 após oito anos de obra.
Hugo Cálão, Set. 2010
Paróquia da Gafanha do Carmo (Virgem do Carmo)
Cronologia:
1867-12-28 Os moradores do lugar de Caseiros na Gafanha fazem requerimento para construção e bênção da capela com invocação de Nossa Senhora do Carmo, a edificar neste lugar. (Arquivo da Universidade de Coimbra, Cabido e Mitra, cx. X, doc. 23).
1957-11-06 A Paróquia da Gafanha do Carmo foi instituída neste dia, desmembrada da Paróquia de São Salvador de Ílhavo.
1968-00-00 Construção da nova igreja paroquial da Gafanha do Carmo no lugar da antiga Capela, com projeto de Fernando Abrunhosa de Brito e Manuel Magalhães e enquadra-se no tipo de igreja-salão, pós concílio do Vaticano segundo, com planta semicircular, cobertura conseguida por superfícies regradas, transmitindo as sensações estéticas de formas hipergeometristas ou hiperpoligonais e com uso dos novos materiais, o betão, o mármore e a tijoleira aparente.
1974-11-17 Foi solenemente benzida a Igreja Matriz da Gafanha do Carmo, por D. Manuel de Almeida Trindade, três anos após a sua inauguração.
Tem Agrupamento de Escuteiros nº531, tendo como Patrono Nossa Senhora do Carmo
1968-00-00 Construção da nova igreja paroquial da Gafanha do Carmo no lugar da antiga Capela, com projeto de Fernando Abrunhosa de Brito e Manuel Magalhães e enquadra-se no tipo de igreja-salão, pós concílio do Vaticano segundo, com planta semicircular, cobertura conseguida por superfícies regradas, transmitindo as sensações estéticas de formas hipergeometristas ou hiperpoligonais e com uso dos novos materiais, o betão, o mármore e a tijoleira aparente.
1974-11-17 Foi solenemente benzida a Igreja Matriz da Gafanha do Carmo, por D. Manuel de Almeida Trindade, três anos após a sua inauguração.
Tem Agrupamento de Escuteiros nº531, tendo como Patrono Nossa Senhora do Carmo
in jornal Correio do Vouga de 19 de Dezembro 1969, nº 1978 |
Hugo Cálão, Set. 2010
Paróquia da Barra (Sagrada Família)
1880-06-15 Foi feito o auto de revista da Capela de São João Baptista da Praia da Barra, mandada construir na Barra por João Pedro Soares da freguesia da Senhora da Glória de Aveiro. (Arquivo da Universidade de Coimbra, Cabido e Mita, cx. III, doc. 11).
1987-00-00 A Igreja matriz da Sagrada Família da Praia da Barra é inaugurada, construção moderna que se caracteriza pela heterogeneidade da sua arquitectura, sendo a entrada principal marcada por sineira de dois corpos laterais, que sobem em forma de mãos erguidas.
1987-00-00 A Igreja matriz da Sagrada Família da Praia da Barra é inaugurada, construção moderna que se caracteriza pela heterogeneidade da sua arquitectura, sendo a entrada principal marcada por sineira de dois corpos laterais, que sobem em forma de mãos erguidas.
1989-07-16 A Paróquia da Barra foi instituída neste dia, dedicada à Sagrada Família desmembrada da Paróquia da Gafanha da Nazaré.
Hugo Cálão, Set. 2010
1837 - Realiza-se a primeira festa de Nossa Senhora da Saúde na Capela da Costa Nova, capela pequena ao norte da atual, fundada pelo Frei José Pachão, leigo na Ordem de São Jerónimo, natural da freguesia de Aradas.
1855-10-24 Por decreto a Costa Nova do Prado, anteriormente anexa à Paróquia de Ovar e Bispado do Porto, passa a pertencer à Paróquia de São Salvador de Ílhavo, Bispado de Aveiro.
1989-07-16 A Paróquia da Costa Nova do Prado foi instituída neste dia, desmembrada da Paróquia da Gafanha da Encarnação.
2000-00-00 É inaugurada a Igreja Matriz da Costa Nova, em homenagem à Nossa Senhora da Saúde. A sua forma hexagonal distingue-a dos restantes templos do Município, possuindo no seu interior grandes painéis de azulejo e uma única imagem, a da sua padroeira.
Quadras de 1925:
Capelinha luzidia
Lá no meio do areal,
A brilhar à luz do dia
Como autêntico cristal.
De ti beleza irradia
Em orações sem igual
Quando reza: - Avé Maria,
A alma de Portugal
Linda Capela alvejante
Junto à onda murmurante
Como água no açude,
És templo da oração
E de santa devoção
Á Senhora da Saúde.
Capela de Nossa Senhora da Saúde no areal, c.1935 |
Vista aérea da praia da Costa Nova do Prado, Ílhavo, vendo-se à esquerda a Capela de Nossa Senhora da Saúde no areal, c.1935 |