sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Arquivo documental da Paróquia de São Salvador de Ílhavo

Documentos, informações, registos, memórias.

   O património material da Paróquia é indissociável do seu património imaterial, assim como das vivências e devoções da cidade.

   Neste contexto, o do património imaterial, incluem-se as valências paroquiais, e nestas, os recursos humanos que, ao longo dos anos, foram registando em suportes materiais (em livros de actas, apontamentos escritos, registos administrativos, documentos de aquisição, imagens fotográficas), as vontades e memórias da nossa comunidade cristã.

   Ao longo de muitos anos, várias entidades, públicas ou privadas, têm desenvolvido as suas actividades em prol de um determinado fim, procurando contribuir para o desenvolvimento do meio onde se inserem.

   Essas entidades, quer tenham cariz económico, político religioso ou social, prosseguem a sua missão, deixando, no desenrolar das suas acções e com o passar do tempo, vários documentos, registos, notas informativas ou imagens sobre o que foi o seu papel no contexto local do qual fazem parte. O conjunto desses documentos é o arquivo dessa instituição, reflexo das suas actividades e funções, espelho da sua missão.

   Os arquivos, surgindo como registo de memória dessas instituições, são, consequentemente parte integrante e essencial da história do seu concelho. O que se entende como memória colectiva do concelho é o conjunto de várias “histórias” que não são só as deixadas pelas instituições públicas ou estatais.

   Dela fazem parte também instituições “nascidas” de iniciativas particulares mas essenciais para uma percepção geral do concelho no qual se inserem. No entanto, os arquivos destas instituições constituem espólios normalmente voláteis, sujeitos a várias mudanças no contexto interno (instalações precárias, mudanças de direcção e gestão) ou contexto externo (evolução histórica, política e social).

   De facto, muitas vezes, o descuido dos homens ou a degradação natural de documentos antigos sem que haja preocupações de conservação, leva a uma perda irreparável da documentação e consequentemente de informação e conhecimentos insubstituíveis sobre a história local e da nossa memória colectiva.

   Foi o que aconteceu com a documentação histórica da Paróquia de São Salvador de Ílhavo. Esta instituição, fundada com oito séculos comprovados de registos documentais perdeu muita documentação da data da sua fundação.
   Contudo do que sobreviveu até hoje, iniciando-se os trabalhos de inventário da Paróquia, deu-se início também à organização e recolha dos vários documentos dispersos, alguns em posse de privados, agrupando-os e constituindo um fundo de Arquivo Histórico Paroquial. A documentação foi organizada de acordo com um critério orgânico-funcional, separada e relacionada pelos vários organismos paroquiais, correspondendo as espécies documentais mais significativas aos livros de actas Junta da Paróquia de São Salvador, tombos e documentos da Irmandade do Santíssimo Sacramento e Almas, tombos de Rol de Confessados da Freguesia de São Salvador de Ílhavo, livros das Conferências de São Vicente de Paulo da Paróquia e alguns livros de actas das restantes Irmandades e Confrarias.

   O fundo respeitante à Irmandade do Santíssimo Sacramento e Almas de Ílhavo regista espécies documentais sobre foros de propriedades desde 1711. Este é o fundo documental mais antigo e mais completo que a Paróquia de Ílhavo conserva, documentação com mais de 150 anos, estando hoje os responsáveis pela instituição conscientes da importância deste fundo documental para o conhecimento da história local.

   Além destes registos de gestão de propriedades e foros muitos outros deveriam existir mas, com o desaparecimento de um primitivo Tombo das Irmandades do Senhor Jesus, das Almas, de São Sebastião e de Nossa Senhora do Rosário, entre 1920 e 1940, não poderemos precisar quantos. Contudo, existem dois arrolamentos de treslado respeitantes a esta informação, um datado de 14 de Novembro de 1810, e outro de Janeiro de 1941, onde se referem parte das propriedades e aforamentos das restantes quatro Irmandades, recuperando-se parte da informação perdida.

   Cremos que, de entre as instituições de Ílhavo, como a Misericórdia, Câmara Municipal e algumas Juntas de Freguesia, a Paróquia de São Salvador é aquela que possui documentação que melhor reconstitui a genealogia e vivência da Freguesia na segunda metade do século XIX, ainda em regular estado de conservação.

   Muitos desses documentos, produzidos na altura com o objectivo de registar funções e actividades diárias, são hoje uma fonte essencial de dados históricos não só sobre a Paróquia mas também sobre o modo de vida, hábitos e costumes daquela época.
   É o caso dos dois livros de “Actas da Junta de Paróquia de São Salvador de Ílhavo”, um desde Abril de 1865 a Dezembro de 1876, presidindo o Arcebispo Pereira Bilhano e o Prior João André Dias, e outro livro de Maio de 1887 a Abril de 1910, presidindo o Prior Thomé Antunes e o Prior Manuel Branco Lemos, e onde ficavam registadas as sessões da Junta e as mais variadas informações sobre educação, gestão de imóveis, festas religiosas, problemas diários na gestão do cemitério da freguesia, arruamentos e obras da Igreja Matriz.
   Com elevado interesse documental estes livros são de um valor insubstituível para se conhecer a história desta instituição e do próprio concelho. Não são, no entanto, os únicos. Outros livros e registos documentais soltos dão-nos também informações valiosas para quem queira estudar a história paroquial e a história das famílias e toponímia do século XIX em Ílhavo.
   É o caso dos livros de “Rol de Confessados da Paróquia de São Salvador de Ílhavo”, datados de um período de um século compreendido entre 1850/1952, listagem onde se registava anualmente todos os residentes na paróquia com idade superior a sete anos, distribuídos pelos fogos a que pertenciam e organizada por ruas e lugares. Era realizada pelo pároco por altura da Quaresma, com o objectivo de registar o cumprimento dos preceitos religiosos associados a este importante período do calendário religioso católico.

Quatro exemplares positivos da colecção
de negativos em vidro do fotógrafo Paulo Namorado

   Encontramos nestas listagens os nomes completos dos indivíduos casados ou viúvos e dos solteiros isolados ou cabeças de casal de cada família. Os dependentes solteiros são identificados apenas pelo seu nome próprio.
   Os membros da família são sempre apresentados hierarquicamente em relação ao indivíduo cabeça de casal. Trata-se de uma fonte privilegiada para a História da família já que nos permite alcançar com muito rigor a composição da unidade familiar e a sua localização espacial.

    Outro importante registo está presente na colecção de negativos fotográficos legados à Paróquia pelo Sr. Paulo Namorado, um dos primeiros fotógrafos ilhavenses.
   Esta colecção reúne um conjunto de imagens de 886 negativos fotográficos em vidro, agrupados em 40 caixas de cartão (239 negativos-10x15cm; 158 neg-9x12cm; 39 neg-6,5x9cm; 423 neg-4,5x6cm), que datam de um período compreendido entre 1928 e 1940. Resumem-se na sua maioria, a retratos individuais e de família, retratos de crianças e retratos de comunhão, rostos e trajes da população ilhavense do início do século passado, que se encontram agora inventariados e conservados.


1688 - “Biblia Sacra vulgatae edit(…)
Sixti V. Pontificis Maximi Jussu recognita, et
Clementis VIII autoritate edita: distintcta versiculis,
indicéque epiftolarum, & Evangeliorum auéta.
Lugduni. Cum privilegio regis.”, Oficina de Petri
Guillimin & Ant. Beaujollin

   O fundo de livro antigo é igualmente outra das preciosidades documentais de digno registo, contendo para o século XVII quatro livros impressos, um de 1668 – “Thesouro de Ceremonias” da oficina de Diogo Soares de Bulhões, de 1688 uma “Biblia Sacra” da oficina de Petri Guillimin & Ant. Beaujollin, de 1691 – “Inchiridion de Missas Solemnes e Votivas” por Mathias de Sousa Villalobos editado em Coimbra para cantochão e de 1695 – “Meditações das Domingas do Anno compostas pelo Pe. Bertolomeu do Quental”.

   A importância de termos acesso a arquivos bem documentados, vivos e acessíveis que permitam o estudo, a reflexão e a pesquisa com fundamento foi o ponto de partida para este nosso propósito.

   Desta forma, procura-se garantir o acesso a fontes primárias para investigação o que nos assegura que possamos aceder a documentos e factos fidedignos, que podem servir de base a pesquisas e investigações sobre o nosso concelho de Ílhavo e Freguesia de São Salvador.

Hugo Cálão
in jornal 'Família Paroquial', Out 2006

domingo, 16 de janeiro de 2011

A devoção ao Senhor Jesus dos Navegantes em Ílhavo

   Realiza-se anualmente a festa em devoção ao Senhor Jesus dos Navegantes. Esta é, talvez, a de maior tradição, e a que se mantém mais viva de entre as festas de Ílhavo, continuando a sair em procissão no primeiro fim-de-semana de Setembro.

   A imagem do Senhor Jesus, um Cristo crucificado, que, juntamente com a Virgem e São João Evangelista aos seus pés (imagens de vulto do século XVIII da oficina de Machado de Castro) representam a cena da Paixão de Cristo no Calvário, desce do altar para incorporar o andor, com a miniatura do lugre bacalhoeiro “O Navegante” do seu lado direito, dando mote ao que é a sua denominação popular: Senhor Jesus dos Navegantes.

   Ílhavo, terra de porto de mar, onde existem registos de pesca longínqua desde finais do séc. XVI, reza em devoção, lembrando seus marinheiros e embarcações naufragadas, vidas de esforço feitas de água salgada e peixe.
   A devoção ao Senhor Jesus remonta já ao séc. XVII, onde existiria na antiga Matriz de Ílhavo como confraria organizada. Nas Informações Paroquiais de 1721, acerca da descrição da Igreja Matriz de São Salvador e antes das obras de ampliação arquitectónica, o Pe. José Monteiro de Bastos descreve a capela do retábulo Senhor Jesus nas seguintes palavras:


Retábulo e andor do Senhor Jesus dos Navegantes
em dia festa, Hugo Cálão, 2007
 “...no corpo da mesma igreja ao lado esquerdo esta outra capella do povo com Confraria erigida, sustentada e fabricada dos freguezes com esmollas que tirão os mordomos e rendas de Legados que lhe forão deixados, e he do título desta Confraria e Capela do Senr. Jesus, aonde está uma imagem milagroza de Christo N. S. Crucificado, e outro com a cruz ás costas [Cristo dito Senhor dos Passos] , e com a imagem de São Francisco e outra de Santo António. Tem obrigação Ant.º Frêz. Facão da Ermida mandar cantar huma missa em dia de S. Franc.º e se diz missa todos os domg.º e dias s.tos por alma de Miguel Nunes o q. vinculou fazendas e q he administrador o Pe. Mel Nunes da Fonseca de Alqueidão, e mais 3 missas cada semana por alma de Izabel M.el mulher do d.º Miguel Nunes de Alqueidão de q he administradora Maria de Oliv.ª mulher de M.el de Souza Ribr.º m.or da Villa de Aveiro e tem os jazigos na dita capela.”

   A imagem do Senhor Jesus dos Navegantes, que se crê ser do séc. XVII, sempre esteve neste altar do lado sul. Em 1758, na mesma capela chamada do Senhor Jesus, a imagem é descrita com o mesmo Senhor dos Passos e com um Ecce Homo dito de Senhor da Cana Verde, passando a imagem de São Francisco, em barro vermelho policromado, para o altar onde existia o  sacrário, hoje o altar de Nossa Senhora do Rosário, transitando em 1780 para o retábulo principal da demolida Capela das Almas juntamente com uma imagem de Santo António. Mais tarde colocou-se uma imagem do Senhor Morto na base deste grande crucifixo, e adquiriram-se em 1950 e 1960 para a banqueta do retábulo as imagens de São José e Santa Filomena em madeira.

   Vemos, portanto, que já no ínicio do sèculo XVIII, e certamente durante todo o século XVII, a Confraria do Senhor Jesus possuía alguns fôros de propriedades e organização de mordomias, provavelmente com festa instituída. Uma das actas da Junta de Paróquia de 1893 refere que estas Confrarias já se encontravam extintas há mais de trinta anos tendo passado os seus bens para administração da referida Junta, assim como os encargos inerentes às festas. Existiria um tombo contendo todos este aforamentos, não só da extinta Confraria do Senhor Jesus, bem como da Confraria da Senhora do Rosário e de São Sebastião, descrito no inventário da Junta de Paróquia de 15 de Maio de 1911 (nº42) e uma lâmpada grande de prata do altar do Senhor Jesus (nº45). Desapareceram ambos, o tombo e a lâmpada, antes da década de 30 do inventário de 1941. Não existindo o original do tombo existe um traslado de bens e fôros da Confraria do Senhor Jesus datado de 14 de Novembro de 1810.

   A devoção pela imagem do Senhor Jesus crê-se que começou sem ligação marítima, continuando a invocação da imagem apenas como Senhor Jesus, até finais do século XIX, fazendo-se em Ílhavo a festa dos pescadores em devoção ao São Pedro Apostolo. As várias campanhas de pesca costeira da Costa Nova do Prado, depois da esmola recolhida por todos, faziam a sua procissão que se festejava no dia 29 de Junho.
   A imagem de São Pedro tinha lugar de honra num pequeno barquinho, onde figuravam imagens dos apóstolos, uns remando, outros a recolher redes, com a imagem de São salvador, o padroeiro da vila de Ílhavo, à proa abençoando o trabalho da faina. Desta antiga devoção, que terminou com a dissolução das antigas campanhas de costa pouco depois de 1840, restam hoje as pequenas figuras de oito dos apóstolos do antigo barco processional que saía por ocasião da festa de São Pedro, atualmente nas reservas do Museu Marítimo de Ílhavo.
   Com a abertura da barra de Aveiro, em 1808, e com o cultivo do pinhal das Gafanhas em 1812, por projecto do Eng. Luís Gomes de Carvalho, a construção dos estaleiros e organização de campanhas de longo curso deu início a uma nova devoção dos pescadores ilhavenses, transitando a grande resta religiosa que se celebrava ao São Pedro (das pequenas campanhas de costa), para a atual festa dos marítimos em honra do Senhor Jesus dos Navegantes (das grandes campanhas bacalhoeiras). Embora o primeiro registo no arquivo paroquial a esta nova festa exista numa acta da Junta de Paróquia, com data de 7 de Agosto de 1865, onde aparece como despesa obrigatória a “Festividade do Senhor Jesus e São Sebastião”, a imagem com a nova invocação marítima de Senhor Jesus dos Navegantes apenas aparece nesta terminologia descrita em ex-votos pintados de finais do século XIX e início do século XX.
   O incremento económico dos capitães nos prósperas campanhas de pesca de bacalhau  fez crescer a  devoção, e a fé ilhavense, revestiu-a com o melhor da sua arte, ofertando como ex-voto (pagamento de promessas e pedidos), inúmeros objetos de adorno do retábulo e da imagem.


in Cálão, Hugo, Madaíl, Isabel,
Senhor Jesus dos Navegantes - Mar e Devoção,  2007, pp. 11-12.
Ed. Paróquia de São Salvador de Ílhavo, nº depósito legal 262970/07

Paróquia e Freguesia de São Salvador de Ílhavo

No concelho de Ílhavo existem na actualidade quatro freguesias: São Salvador de Ílhavo, Gafanha da Nazaré, Gafanha da Encarnação e Gafanha do Carmo, correspondendo eclesiásticamente a seis Paróquias distintas: São Salvador de Ílhavo, Nossa Senhora da Gafanha da Nazaré, Nossa Senhora da Gafanha da Encarnação, Nossa Senhora da Saúde da praia da Costa Nova do Prado, Sagrada Família da praia da Barra e Nossa Senhora da Gafanha do Carmo.
Localização
A Freguesia e Paróquia de São Salvador de Ílhavo fica situada num dos braços da ria de Aveiro, a 14m de altitude, a sul da cidade de Aveiro.
Ao longo de séculos foi por excelência berço de marinheiros, entregues tanto à navegação mercantil como à pesca. Tem cerca de 16.760 mil habitantes

Actividades económicas: pesca, industria, cerâmica , agricultura (batata, limão e milho), turismo (praias da Costa Nova e Barra)

Artesanato: arte de nós marinheiros; cerâmica e porcelana pintada à mão, trabalhos em barro vermelho e bordados de rendas.

Património religioso:

da Paróquia de São Salvador de Ílhavo: a Igreja Matriz, Igreja de Nossa Senhora do Pranto, Igreja de Vale de Ílhavo, Igreja da Ermida, Igreja da Légua, Igreja dos Moitinhos, Igreja da Coutada; Igreja da Gafanha de Áquem, Igreja da Colónia Agrícola.

de privados: Igreja da Vista Alegre (monumento nacional) Gastronomia: caldeirada de enguias e à Fragateiro; chora de bacalhau, línguas e samos de bacalhau; arroz doce; folares e pão de Vale de Ílhavo

Feriado Municipal: 2ª feira depois da Páscoa

Elevação a cidade: 13 de Julho de 1999

Outros locais de interesse: Museu Marítimo de Ílhavo; Barco-museu Navio Santo André; Museu da Fábrica da Vista Alegre; Farol e forte da Barra; Palheiros praia da Costa Nova

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Conferências masculina e feminina de São Vicente de Paulo da Paróquia de São Salvador de Ílhavo

As Conferências de São Vicente de Paulo de Ílhavo ou Conferências Vicentinas também conhecida por, Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP), é um movimento católico de leigos que se dedica, sob o lema da justiça e da caridade, à realização de iniciativas destinadas a aliviar o sofrimento do próximo, em particular dos social e economicamente mais desfavorecidos, mediante o trabalho coordenado de seus membros, e que se encontra ainda no activo na Paróquia de São Salvador de Ílhavo.
Como salvaguarda da sua memória e acção, o seu fundo documental, incoorporado no Arquivo da Paróquia de Ílhavo compreende o seguinte:


Inventário do Arquivo das Conferências masculina e feminina de São Vicente de Paulo da Paróquia de São Salvador de Ílhavo
(1932-1983)


Relatório das Conferência São Vicente
de Paulo de Ílhavo, 1943
SC: Constituição e Regulamentação

  SR: Estatutos e Compromissos

·  Lettre d’Agrégation a la Société de Saint-Vicent de Paul, 29 de Maio de 1933
 Termo de abertura: “ Paris, le 31 Mai 1933. Nous sommes chargés par le conseil général de vous annoncer qu’il a, dans sa séance de 29 Mai 11933 agrégé à la Société la conférence Saint-Sauveur, à Ílhavo.”

SC: Gestão Administrativa

  SR: Actas

·Actas de sessões, da receita e despesa, da Conferência aspirante de Santo António de Ílhavo, 1934-1937
 Inicia a 5 de Abril de 1934 e termina a 9 de Agosto de 1937. Inicia actas a 6 de Junho de 1935 e termina a 9 de Agosto de 1937.



·Actas da Conferência de São Salvador da Sociedade de São Vicente de Paulo de Ílhavo – Secção Masculina, 1931-1938
 Termo de abertura : “Servirá este livro para nele se escreverem as actas das sessões da Conferência masculina de São Vicente de Paulo, denominada de Conferência de São Salvador de Ílhavo. Ílhavo, 24 de Janeiro de 1931. O Assistente Eclesiástico: Basílio Jorge Ribeiro.”. Inicia a 27 de Novembro de 1932 e termina a 18 de Julho de 1938.

·Actas da Conferência de São Salvador da Sociedade de São Vicente de Paulo de Ílhavo – Secção Masculina, 1938-1948
 Termo de abertura : “Servirá este livro para nele se escreverem as actas das sessões da Conferência masculina de São Vicente de Paulo, denominada de Conferência de São Salvador de Ílhavo. Ílhavo, 25 de Junho de 1938. O Assistente Eclesiástico: Basílio Jorge Ribeiro.”. Inicia a 25 de Julho de 1938 e termina a 12 de Janeiro de 1948.

·Actas da Conferência Feminina de São Vicente de Paulo de Ílhavo, 1952-1959
 Termo de abertura : “Vai servir este livro para nela serem registadas as actas da Conferência de São Vicente de Paulo de Nossa Senhora de Fátima de Ílhavo. Ílhavo, 9 de Abril de 1952. O Pároco, Júlio Tavares Rebimbas.”. Tem 95 folhas assinadas e numeradas. Inicia actas a 9 de Abril de 1952 e termina a 26 de Março 1959.

·Actas da Conferência de São Vicente de Paulo de Ílhavo – Secção Masculina, 1956-1971
 Termo de abertura : “Vai servir este livro para nele serem registadas as Actas da Conferência de São Vicente de Paulo do Divino Salvador de Ílhavo. Ílhavo, 6 de Fevereiro de 1956.”. Tem 149 folhas numeradas e assinadas. Inicia actas a 7 de Fevereiro de 1956 e termina a 12 de Janeiro de 1971.

·Actas da Conferência do Divino Salvador da Sociedade de São Vicente de Paulo de Ílhavo, 1971-1983
 Inicia actas a 19 de Janeiro de 1971 e termina a 27 de Dezembro de 1983.

 
SC: Gestão Financeira

  SR: Receita e Despesa

 ·Receita e despesa ao Conselho da Sociedade de S. Vicente de Paulo (Masculina) da Conferencia de São Salvador de Ílhavo, 1932-1941
 Termo de abertura : “Servirá este livro para n’ele se escrever a receita das colectas dos subscritores, receitas diversas e auxilio do Conselho e as despesas dos vales pagos, socorros diversos, obras diversas e décimas ao Conselho da Sociedade de São Vicente de Paulo (Masculina) da Conferencia de S. Salvador d’Ílhavo. Ílhavo 27 de Novembro de 1932. O assistente Eclesiástico: Basílio Jorge Ribeiro”. Tem 100 folhas assinadas e numeradas. Inicia a 27 de Novembro de 1932 e termina a 31 de Maio de 1941.

·Registo de caixa dos subsídios do Estado às famílias numerosas pobres da Conferência de São Vicente de Paulo de Ílhavo, 1942-1943
 Termo de abertura : “Há-de servir este livro para nele se inscreverem as famílias numerosas pobres que por intermédio da Conferência de São Salvador de Ílhavo da Sociedade de São Vicente de Paulo, são subsidiadas pelo Estado (Ministério do Inetior), bem como a importância, data e aplicações do subsídio, e outras oportunas observações. Ílhavo, 10 de Abril de 1942. O Presidente Manuel Abreu Gomes.” Inicia a 10 de Abril de 1942 e termina em Janeiro de 1943.

·Receita e despesa da Conferência Feminina de São Vicente de Paulo de Ílhavo, 1953-1959
 Inicia em Abril de 1953 e termina em Dezembro de 1959.

·Receita e despesa, da Conferência de São Vivente de Paulo de Ílhavo, 1964-1968
 Inicia receita despesa em Junho de 1964 e termina em Junho de 1968.

·Receita e despesa, da Conferência de São Vivente de Paulo de Ílhavo, 1968-1972
 Inicia receita despesa em Julho de 1968 e termina em Julho de 1972.

·Receita e despesa, da Conferência de São Vivente de Paulo de Ílhavo, 1972-1977
 Inicia em Agosto de 1972 e termina em Abril de 1977.

·Receita e despesa, da Conferência de São Vivente de Paulo de Ílhavo, 1977-1983
 Inicia em Julho de 1977 e termina em Dezembro de 1983.

SC: Gestão da Informação e documentação

  SR: Correspondência recebida /expedida

·Registo de Ofícios e mais correspondência da Conferência Masculina de São Salvador de Ílhavo da Sociedade de São Vicente de Paulo, 1933-1946
 Inicia registo de correspondência a 7 de Março de 1933 e termina a 9 de Abril de 1946.


SC: Gestão de Pessoal

  SR: Registo de irmãos

·Registo sócios activos e famílias socorridas da Conferência Masculina de São Salvador de Ílhavo da Sociedade de São Vicente de Paulo, 1932-1947
 Termo de abertura : “Há-de servir este livro para nele se inscreverem os nomes das famílias benefíciadas pela Conferência de São Salvador de Ílhavo, da Sociedade de São Vicente de Paulo, bem como as importâncias em senhas e diversos artigos que lhes são distribuídas, e outras várias referências. Ílhavo, 1 de Janeiro de 1943. O Presidente José Cândido Ferreira Jorge.”. Inicia registo de sócios em 1932 e termina em 1947


SC: Gestão Patrimonial

  SR: Registo de Rouparia

·Registo de Roupeiro da Conferência de S. Vicente de Paulo de São Salvador de Ílhavo, 1932-1944
 Termo de abertura : “Contem este livro dezoito folhas que se destina a escrever os nomes das roupas e objectos tanto comprados como oferecidos e bem assim os nomes dos oferecentes e beneficiados. Ílhavo 27 de Novembro de 1932. O Assistente Eclesiástico: Basílio Jorge Ribeiro.”. Inicia em 1932 e termina em 1944.

·Registo de Roupeiro dos pobres da Conferência Feminina de São Vicente de Paulo de Ílhavo, 1956-1971
 Inicia em 1956 e termina em 1971.


Nota: O Arquivo das Conferências Vicentinas de São Salvador de Ílhavo apensa três pastas com documentação avulsa não identificada.

Hugo Cálão, 2005

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Costa Nova, Ílhavo - clichés de Gomes Madail


Costa Nova do Prado, Ílhavo, c. 1920

Costa Nova, Ílhavo (sul)

 
Vista da Costa Nova (sul), Ilhavo,  c.1920





Costa Nova, Ílhavo - postais arte xávega


Costa Nova Ílhavo, Arte Xávega - pesca de costa, carregando as redes, c.1900

Costa Nova, Ílhavo - postais


Panorâmica da praia da Costa Nova do Prado, Ílhavo, c.1915

Mercado de Ílhavo

Mercado de Ílhavo, construído no local da demolida Capela das Almas, foto c. 1930



(in jornal Campeão das Províncias de 18 de Setembro de 1912)
'A Câmara Municipal de Ílhavo já iniciou as obras de um mercado no largo das Almas, deixando do lado sul terreno necessário para uma larga rua, que vai ligar com avenida em construção, junto do adro da igreja matriz. É um melhoramento de valor que atual vereação realiza.'

O Mercado da Praça da República em Ílhavo












Entrevista à Sr. D. Maria Pereira Chuvas Gordinho c. 1988 (à data 92 anos):

 -- O mercado foi construído em 1912, no local onde existia a Capela das Almas de Ílhavo, demolida em 1911. A minha mãe (Felicidade Pereira de Jesus) era a juíza de Santo António da Capela das Almas, assim como o Sr. Azevedo, avô da Prof. Maria Vitorina de Azevedo. Existia, além desta, outra irmandade que se chamava Ordem Terceira de São Francisco de Ílhavo e havia uma certa rivalidade entre ambas as irmandades. Para construírem o mercado foi tudo arrasado. Das imagens dos santos que lá havia, a de São Francisco foi levada por uma irmã para sua casa e a de Santo António foi levada pelo juiz da irmandade que era o Sr. Azevedo. Nessa altura pertencíamos à Diocese de Coimbra. Um Juiz e um mordomo foram a Coimbra pedir autorização ao Sr. Bispo para colocar na Igreja Matriz a imagem de Santo António. Com a autorização, veio a necessidade de construir um altar, aproveitando o da antiga Capela demolida, que ainda hoje se pode ver na nossa igreja. A imagem de Santo António foi levada para o seu altar, numa bonita procissão com anjos e tudo.
Depois de demolida a Capela das Almas construíram o primeiro mercado fechado, que por sinal não era totalmente coberto. Nessa altura as roupas eram feitas todas à mão e em casa não havia electricidade e as pessoas utilizavam a luz dos candeeiros de petróleo. Também havia senhoras que faziam sapatos em casa, comprando solos de borracha e pano para os fazerem.

-- A senhora costumava frequentar diariamente o mercado?
       -- Eu costumava ir com a minha mãe vender castanhas, azeitonas, queijinhos, etc. As castanhas vinham de uma aldeia perto de Trancoso, chamada Terranho, duma firma com o nome de José de ribeiro Neto & Filhos. Os queijinhos vinham de Cantanhede.

-- O mercado era realmente ao ar livre?
      -- O mercado era ao ar livre onde hoje são os passeios junto da actual Sopanilde.

-- As pessoas tinham uma área grande para se poderem instalar?
      -- Era só o passeio que vai da Sopanilde até aos Amadores e levávamos um banquinho para nos sentarmos.

-- Onde eram expostos os seus produtos?
      -- Os produtos para venda eram expostos no chão, nos degraus das casas em tábuas colocadas sobre pedras e alguns já levavam as suas barraquinhas.

-- Pagavam imposto por ali estarem instaladas?
      --Cada vendedor pagava uma senha para ocupar um espaço e expor os produtos.

--Que outros produtos eram vendidos?
      -- Os produtos que se vendiam vinham da agricultura, da ria, do mar e também de fora.

-- Qual o preço de alguns produtos?
      -- Não me lembro exactamente dos preços, mas sei que naquele tempo as castanhas se vendiam ao litro e a moeda era o real.

-- Qual o transporte que as pessoas utilizavam para transportar os produtos?
      -- Os produtos eram transportados à cabeça e em carroças puxadas por cavalos.








Fábrica de louças da Vista Alegre - Ílhavo

Panorâmica da Fábrica de louças da Vista Alegre, Ílhavo - Vista da margem do rio Boco, c.1920