Encontrando-se Ílhavo numa zona caracterizada por uma grande produção de imagens em pedra (desde a transição do Românico para o Gótico até ao Renascimento), não admira encontrarmos na colecção de escultura da Paróquia de Ílhavo 13 exemplares de escultura deste género. Partindo a maior parte desta produção da cidade de Coimbra e contaminando toda a zona circunvizinha, Aveiro, Viseu e Leiria, a imaginária em pedra calcária, suporte para maior parte destas esculturas, encontra importantes jazidas bem perto de nós na zona de Cantanhede e Ançã.
Podemos caracterizar como as mais antigas peças de escultura em pedra calcária as seguintes: uma imagem de São Tiago provavelmente de finais de 1300 e proveniente de Vale de Ílhavo; a imagem da Virgem do Pranto do séc. 15 de fabrico de oficina Coimbrã; um São Sebastião do séc. 15 proveniente da Capela da Coutada e que outrora esteve ao culto na Matriz; e a imagem de São Tiago da Capela da Ermida.
A escultura de São Tiago será proveniente do nicho da porta de fachada da chamada Quinta da Fradinha em Vale de Ílhavo. Foi retirada para a antiga Capela do Espírito Santo de Vale de Ílhavo, possivelmente antes do início do século passado. Tendo sido recolhida para o Museu Marítimo de Ílhavo por Rocha Madhaíl, encontrava-se em situação de depósito desde Março de 1932, quando, levada da Capela do Espírito Santo de Vale de Ílhavo, para incorporar a "Exposição da Semana de Arte Ilhavense", permanecendo em esquecimento e situação reserva desde então. Regressou ao núcleo escultórico da Paróquia de São Salvador de Ílhavo, no dia 7 de Outubro de 2005, após efetuado o levantamento de depósito no Museu Marítimo de Ílhavo.
Testemunho da nossa Idade Média e de um gótico tardio estas esculturas, pela sua raridade, são de inestimável valor devocional e patrimonial. Seguem-se, cronologicamente, também em pedra policromada e de gramática renascentista: a imagem do Divino Salvador, de São João Baptista e de Santo André da Matriz de Ílhavo, possivelmente da segunda metade do séc. 16, marcando e balizando a primitiva Matriz neste período. Existe igualmente, atrás do altar-mór um pequeno lavabo renascentista trabalho também do século 16. Já do séc. 17 existem: a imagem de São Brás e a de Santa Luzia da Matriz e duas imagens representando a Santíssima Trindade de Vale de Ílhavo.
São Tiago (de Vale de Ílhavo) Autor desconhecido / séc. XIV – XV escultura de vulto a ¾ com as costas escavadas em pedra calcária policromada 88 alt x 34 larg x 29 prof |
A escultura de São Tiago será proveniente do nicho da porta de fachada da chamada Quinta da Fradinha em Vale de Ílhavo. Foi retirada para a antiga Capela do Espírito Santo de Vale de Ílhavo, possivelmente antes do início do século passado. Tendo sido recolhida para o Museu Marítimo de Ílhavo por Rocha Madhaíl, encontrava-se em situação de depósito desde Março de 1932, quando, levada da Capela do Espírito Santo de Vale de Ílhavo, para incorporar a "Exposição da Semana de Arte Ilhavense", permanecendo em esquecimento e situação reserva desde então. Regressou ao núcleo escultórico da Paróquia de São Salvador de Ílhavo, no dia 7 de Outubro de 2005, após efetuado o levantamento de depósito no Museu Marítimo de Ílhavo.
Testemunho da nossa Idade Média e de um gótico tardio estas esculturas, pela sua raridade, são de inestimável valor devocional e patrimonial. Seguem-se, cronologicamente, também em pedra policromada e de gramática renascentista: a imagem do Divino Salvador, de São João Baptista e de Santo André da Matriz de Ílhavo, possivelmente da segunda metade do séc. 16, marcando e balizando a primitiva Matriz neste período. Existe igualmente, atrás do altar-mór um pequeno lavabo renascentista trabalho também do século 16. Já do séc. 17 existem: a imagem de São Brás e a de Santa Luzia da Matriz e duas imagens representando a Santíssima Trindade de Vale de Ílhavo.
Lavabo Autor desconhecido / pedra calcária com vestígios de policromia séc. XVI / 120 alt x 108 larg x 74 prof |
Hugo Cálão
in jornal 'Família Paroquial', de Junho de 2006