domingo, 19 de setembro de 2021

Terramotos e sismos em Portugal e região de Aveiro - contributo

63 a.C. - Registo de um sismo na Península Ibérica.

60 a.C. -  Registo de um sismo na Península Ibérica.


382 d.C. - Registo de um sismo na Península Ibérica.

996  - Foi sentido em Portugal um grande tremor de terra.

1048 - No Minho e na Região centro do território português houve um grande tremor de terra.

1138 - Ocorreu um violento sismo no norte de Portugal caindo as duas torres da igreja da Sé Primaz de Braga edificadas no tempo do Conde D. Henrique, estando a Sé ainda incompleta no tempo de D. Afonso Henriques. Este terramoto foi tão violento que desmoronou quase por completo o castelo de Lanhoso e fez grande ruína no castelo de Guimarães que el Rei D. Afonso Henriques mais tarde, a expensas suas mandou reedificar.

1321 - O sismo de Lisboa de 1321 foi um violento terramoto. Ocorreram três abalos sísmicos em três horas. Vários edifícios ficaram destruídos, incluindo a capela-mor da Sé de Lisboa.

1337 - Sismo registado em Lisboa.

1344 - Sismo registado em Lisboa.

1347 - Sismo registado em Lisboa.

1356-08-24 - O sismo de Lisboa de 1356 foi um violento sismo que atingiu, entre outras, a zona de Lisboa no final do dia, uma quarta-feira, dia de São Bartolomeu. Durou um quarto de hora e vários edifícios ficaram destruídos, entre os quais os quatro fornos que coziam pão da cidade de Lisboa e as grandes maçãs de bronze do campanário da catedral de Sevilha. As réplicas sentiram-se durante um ano. Este desastre natural é referido por exemplo no Livro da Noa, que pertenceu à biblioteca do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, no Livro das Lembranças, na Crónica de D. Pedro I de Castela e na Chancelaria de D. Pedro I. A grande maioria dos autores acredita que este sismo teve origem no mar Atlântico, no Banco de Gorringe, a sudoeste do cabo de São Vicente. O acontecimento foi esquecido pela maioria das pessoas até ter sido encontrada, já no século XXI, uma inscrição que fazia alusão ao sucedido, na parede da Torre do Paço, no Castelo de São Jorge.

1512 - Sismo registado em Lisboa.

1528 - Houve um violento sismo perto da Batalha em Alcobaça.

1531-01-26 - O sismo de Lisboa de 1531 foi um violento terramoto e posterior tsunami que resultaram em aproximadamente 30 000 mortes. Foi sentido em todo o país.

1722-12-27 - Sismo registado em Loulé e Tavira com magnitude 7 (eR)

1724 - Sismo registado em Lisboa.

1755-11-01 -  O sismo de 1755, também conhecido por Terramoto de 1755, resultou na destruição quase completa da cidade de Lisboa, especialmente na zona da Baixa, e atingindo ainda grande parte do litoral do Algarve e Setúbal. O sismo foi seguido de um maremoto - que se crê tenha atingido a altura de 20 metros - e de múltiplos incêndios, tendo feito certamente mais de 10 mil mortos. Foi um dos sismos mais mortíferos da história, marcando o que alguns historiadores chamam a pré-história da Europa Moderna. Os sismólogos estimam que o sismo de 1755 atingiu magnitudes entre 8,7 a 9 (eR).

1760-12-14 - Sismo registado em Braga. Não terá havido mortes

1769 - Sismo registado em Portugal com magnitude 6,5 - 7,3 (eR).

1816-02-02 - Portugal é violentamente abalado por terremoto, com danos estendidos à Madeira e Açores, epicentro na Falha de Glória e magnitude atingindo 8,6 (eR).

1856-01-12 - Sismo registado em Loulé, Tavira e Faro.

1858-03-19 - Sismo registado em Torre de Moncorvo com uma magnitude 4.3 (eR).

1858-11-11 -Sismo registado em Setúbal com uma magnitude 7,1 (eR).

1890 - Sismo registado em Batalha e Alcobaça

1909-04-23 - Sismo registado em Benavente com uma magnitude 6,3 (eR). Houve 42 mortos e 75 feridos.

1962-12-26 - Sismo com uma magnitude 5,7 (eR). Terá havido um ferido ligeiro.

1969-02-28 - Sismo registado em Lisboa, Algarve e Marrocos com uma magnitude 7,9 (eR),com epicentro a 80 quilómetros a sudoeste de Sagres. Foram muitas foram as cidades que acordaram durante a madrugada, pelas 3h40, com a terra a tremer debaixo dos pés e o teto a desabar sobre a cabeça. Houve 13 mortos. 

1980-01-01 - Sismo registado nos Açores com uma magnitude 7,2 (eR). Houve 73 mortos

1998-07-31 - registado em Arraiolos com uma magnitude 4,1 (eR)          

2020-03-07 - Sismo registado na Madeira com uma magnitude 5,2 (eR)

2024-08-26 - Durante a madrugada desta segunda-feira, por volta das 05h11, foi sentido em várias zonas de Portugal um sismo de magnitude 5.3 na escala de Richter, ao largo de Sines.

Fontes:

Alveirinho Dias, J., SIMOS: Sismicidade de Portugal, 2000
Gonçalves, Victor Pereira, Que a terra não trema, 2004
Isabel Alçada, Ana Maria Magalhães, O Dia do Terramoto, Editorial Caminho, 2009

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Pesca do bacalhau na Terra Nova - reportagem de 1907

As primeiras referências à pesca do bacalhau por portugueses remontam ao século XIV, ao largo da costa de água fria atlântica da Irlanda e da Inglaterra. Com o descobrimento da Terra Nova, nas várias viagens de exploração ao noroeste do Atlântico promovidas pela coroa portuguesa feita pelos irmãos Miguel Corte Real e Gaspar Corte Real, a faina ganha outro fôlego, mas não resiste às longas distâncias, condições adversas e falta de pescado, que ditaram um interregno lusitano de cerca de 300 anos. O consumo desta saborosa proteína não se extinguiu durante este período, mas era alimentado por peixe importado. 
Em 1872, a Bensaúde & Cia e, em 1885, a Mariano & Irmão, iniciam a pesca continuada ao bacalhau. 
A estas se juntam mais empresas, à medida que a legislação torna a atividade mais atrativa. 
Em 1913, já eram 38 os bacalhoeiros portugueses em laboração, mas a I Grande Guerra e a escassez de peixe determinaram nova interrupção, que só seria quebrada nos anos 30. Descobriram-se novos bancos de pescado na Gronelândia e compreendeu-se a importância social e política que o sector podia assumir. Assim, durante o Estado Novo, iniciou-se um grande programa de incremento da pesca do bacalhau, com navios capazes e melhor apetrechados. No final da década de 50 do século XX, Portugal assumia a liderança na cota de pesca com uma frota de “22 arrastões”, “22 navios de pesca à linha de aço, 17 navios de madeira e 17 lugres”, muito embora outras frotas europeias pescassem em embarcações com moderna metodologia técnica, o que revolucionou totalmente a pesca do bacalhau, colocando novamente Portugal em desvantagem tecnológica, e com um grande problema de investimento numa frota obsoleta. O Novos Mares foi o último bacalhoeiro de pesca à linha português. Regressou a Aveiro em agosto de 1974, sem terminar a campanha e com a tripulação em greve. 
Como referência da memória da pesca do bacalhau em Portugal impõe-se uma visita ao Museu Marítimo de Ílhavo, lugar âncora do estudo, divulgação e proteção do património cultural desta grande epopeia nacional.

Hemeroteca Digital de Lisboa - Illustração Portugueza nº65 – 20 mai. 1907 e nº230 – 18 jul. 1910







Sal de Aveiro e Ílhavo para a Terra Nova 1903-03-18

Com destino a Saint-Pierre e Terra Nova, foram ultimamente despachadas 1.099 toneladas de sal comum no valor de 1.110$000 reis. Em fevereiro haviam já sido exportadas 3.279 toneladas daquele produto, tendo o valor de reis 3.299$200. O sal exportado pelos preços do país no ano findo obteve o valor representativo de 160.575$000 reis correspondente a 148.652 toneladas. A nossa principal exportação foi para França, Inglaterra, Suíça e Noruega, sendo o das marinhas de Aveiro e Ílhavo a de maior quantidade.

(in jornal Campeão das Províncias 1903, fotografia de postal de Paulo de Brito Namorado, c.1906)







Pesca do Bacalhau em Ílhavo 1920-09-01

Pesca do Bacalhau - Entrou já no nosso porto (de Aveiro) o primeiro dos barcos de pesca do bacalhau regressado dos bancos da Terra-Nova. É o hiate Apolo, da nossa praça, que traz regular carregamento.
A seca do bacalhau é feita na Gafanha, e dos navios que compõem a nossa flotilha, veio este adiante por falta de sal e agua, sendo aquela pesca o produto de quarenta dias de esforços da marinhagem nela ocupada. (in jornal Campeão das Províncias numero 6760)
Bilhete postal de 1903 de cliché de Paulo de Brito Namorado, nº18 da coleção Ílhavo 
editada pela Papelaria e Tipografia Paulo Guedes e Saraiva, Rua Áurea 80, Lisboa