domingo, 14 de novembro de 2021

Milagres do Senhor Jesus dos Navegantes aos Marinheiros de Ílhavo


Por sobre um lindo mar de ondas tranquilas, 

E debaixo dum céu de azul sereno, 

Vê-se um navio todo branco, 

A que dá movimento um zéfiro ameno.


Mas ei que tristes nuvens pardacentas 

Começam a aparecer na imensidade; 

Os ares escurecem, ventania, 

E surge, então, no mar a tempestade.


Sobem vagalhões até ao céu 

Em raiva imprecação que faz tremer, 

Levantando no dorso o batel, 

Que vê a hora ali de se perder.


Já não acode ao leme, vela grande, 

Mezena e gávea, tudo foi levado, 

Ficando agora, assim, casco tristonho, 

Na verde imensidão desarvorado.


Trovões e vendaval e chuva e noite, 

Só da faísca a aterradora luz. 

O marinheiro, então, ajoelha, em ânsia, 

E grita para o céu: - Senhor Jesus!


Senhor Jesus! salvai-me, senão morrem 

Meus filhos de fome e a mãe doente; 

Senhor Jesus! que tendes todo o mundo 

Na palma dessa mão omnipotente!


- Nisto, voz retumbante, qual trovão, 

Manda as ondas e ventos amainar; 

Desponta o sol risonho, e só a brisa 

Os beijos estende pelo mar! ...


E ali boiando como um alvo cisne 

Em lago, por manhã de primavera, 

Dalgum vapor que por ali passe, o barco 

Auxílio e condução, com fé, espera.


- Lá vem! - gritam, chorando de alegria. 

Pára o vapor, e leva então, consigo

O barco juntamente com os seus homens

Ao porto desejado e ao lar amigo!


É pois ardente a fé do nauta de Ílhavo

No seu Senhor Jesus, o Salvador,

Que os seus rogos escuta, na tormenta,

Que lhe abre o coração cheio de amor!...








domingo, 19 de setembro de 2021

Terramotos e sismos em Portugal e região de Aveiro - contributo

63 a.C. - Registo de um sismo na Península Ibérica.

60 a.C. -  Registo de um sismo na Península Ibérica.


382 d.C. - Registo de um sismo na Península Ibérica.

996  - Foi sentido em Portugal um grande tremor de terra.

1048 - No Minho e na Região centro do território português houve um grande tremor de terra.

1138 - Ocorreu um violento sismo no norte de Portugal caindo as duas torres da igreja da Sé Primaz de Braga edificadas no tempo do Conde D. Henrique, estando a Sé ainda incompleta no tempo de D. Afonso Henriques. Este terramoto foi tão violento que desmoronou quase por completo o castelo de Lanhoso e fez grande ruína no castelo de Guimarães que el Rei D. Afonso Henriques mais tarde, a expensas suas mandou reedificar.

1321 - O sismo de Lisboa de 1321 foi um violento terramoto. Ocorreram três abalos sísmicos em três horas. Vários edifícios ficaram destruídos, incluindo a capela-mor da Sé de Lisboa.

1337 - Sismo registado em Lisboa.

1344 - Sismo registado em Lisboa.

1347 - Sismo registado em Lisboa.

1356-08-24 - O sismo de Lisboa de 1356 foi um violento sismo que atingiu, entre outras, a zona de Lisboa no final do dia, uma quarta-feira, dia de São Bartolomeu. Durou um quarto de hora e vários edifícios ficaram destruídos, entre os quais os quatro fornos que coziam pão da cidade de Lisboa e as grandes maçãs de bronze do campanário da catedral de Sevilha. As réplicas sentiram-se durante um ano. Este desastre natural é referido por exemplo no Livro da Noa, que pertenceu à biblioteca do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, no Livro das Lembranças, na Crónica de D. Pedro I de Castela e na Chancelaria de D. Pedro I. A grande maioria dos autores acredita que este sismo teve origem no mar Atlântico, no Banco de Gorringe, a sudoeste do cabo de São Vicente. O acontecimento foi esquecido pela maioria das pessoas até ter sido encontrada, já no século XXI, uma inscrição que fazia alusão ao sucedido, na parede da Torre do Paço, no Castelo de São Jorge.

1512 - Sismo registado em Lisboa.

1528 - Houve um violento sismo perto da Batalha em Alcobaça.

1531-01-26 - O sismo de Lisboa de 1531 foi um violento terramoto e posterior tsunami que resultaram em aproximadamente 30 000 mortes. Foi sentido em todo o país.

1722-12-27 - Sismo registado em Loulé e Tavira com magnitude 7 (eR)

1724 - Sismo registado em Lisboa.

1755-11-01 -  O sismo de 1755, também conhecido por Terramoto de 1755, resultou na destruição quase completa da cidade de Lisboa, especialmente na zona da Baixa, e atingindo ainda grande parte do litoral do Algarve e Setúbal. O sismo foi seguido de um maremoto - que se crê tenha atingido a altura de 20 metros - e de múltiplos incêndios, tendo feito certamente mais de 10 mil mortos. Foi um dos sismos mais mortíferos da história, marcando o que alguns historiadores chamam a pré-história da Europa Moderna. Os sismólogos estimam que o sismo de 1755 atingiu magnitudes entre 8,7 a 9 (eR).

1760-12-14 - Sismo registado em Braga. Não terá havido mortes

1769 - Sismo registado em Portugal com magnitude 6,5 - 7,3 (eR).

1816-02-02 - Portugal é violentamente abalado por terremoto, com danos estendidos à Madeira e Açores, epicentro na Falha de Glória e magnitude atingindo 8,6 (eR).

1856-01-12 - Sismo registado em Loulé, Tavira e Faro.

1858-03-19 - Sismo registado em Torre de Moncorvo com uma magnitude 4.3 (eR).

1858-11-11 -Sismo registado em Setúbal com uma magnitude 7,1 (eR).

1890 - Sismo registado em Batalha e Alcobaça

1909-04-23 - Sismo registado em Benavente com uma magnitude 6,3 (eR). Houve 42 mortos e 75 feridos.

1962-12-26 - Sismo com uma magnitude 5,7 (eR). Terá havido um ferido ligeiro.

1969-02-28 - Sismo registado em Lisboa, Algarve e Marrocos com uma magnitude 7,9 (eR),com epicentro a 80 quilómetros a sudoeste de Sagres. Foram muitas foram as cidades que acordaram durante a madrugada, pelas 3h40, com a terra a tremer debaixo dos pés e o teto a desabar sobre a cabeça. Houve 13 mortos. 

1980-01-01 - Sismo registado nos Açores com uma magnitude 7,2 (eR). Houve 73 mortos

1998-07-31 - registado em Arraiolos com uma magnitude 4,1 (eR)          

2020-03-07 - Sismo registado na Madeira com uma magnitude 5,2 (eR)

2024-08-26 - Durante a madrugada desta segunda-feira, por volta das 05h11, foi sentido em várias zonas de Portugal um sismo de magnitude 5.3 na escala de Richter, ao largo de Sines.

Fontes:

Alveirinho Dias, J., SIMOS: Sismicidade de Portugal, 2000
Gonçalves, Victor Pereira, Que a terra não trema, 2004
Isabel Alçada, Ana Maria Magalhães, O Dia do Terramoto, Editorial Caminho, 2009

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Pesca do bacalhau na Terra Nova - reportagem de 1907

As primeiras referências à pesca do bacalhau por portugueses remontam ao século XIV, ao largo da costa de água fria atlântica da Irlanda e da Inglaterra. Com o descobrimento da Terra Nova, nas várias viagens de exploração ao noroeste do Atlântico promovidas pela coroa portuguesa feita pelos irmãos Miguel Corte Real e Gaspar Corte Real, a faina ganha outro fôlego, mas não resiste às longas distâncias, condições adversas e falta de pescado, que ditaram um interregno lusitano de cerca de 300 anos. O consumo desta saborosa proteína não se extinguiu durante este período, mas era alimentado por peixe importado. 
Em 1872, a Bensaúde & Cia e, em 1885, a Mariano & Irmão, iniciam a pesca continuada ao bacalhau. 
A estas se juntam mais empresas, à medida que a legislação torna a atividade mais atrativa. 
Em 1913, já eram 38 os bacalhoeiros portugueses em laboração, mas a I Grande Guerra e a escassez de peixe determinaram nova interrupção, que só seria quebrada nos anos 30. Descobriram-se novos bancos de pescado na Gronelândia e compreendeu-se a importância social e política que o sector podia assumir. Assim, durante o Estado Novo, iniciou-se um grande programa de incremento da pesca do bacalhau, com navios capazes e melhor apetrechados. No final da década de 50 do século XX, Portugal assumia a liderança na cota de pesca com uma frota de “22 arrastões”, “22 navios de pesca à linha de aço, 17 navios de madeira e 17 lugres”, muito embora outras frotas europeias pescassem em embarcações com moderna metodologia técnica, o que revolucionou totalmente a pesca do bacalhau, colocando novamente Portugal em desvantagem tecnológica, e com um grande problema de investimento numa frota obsoleta. O Novos Mares foi o último bacalhoeiro de pesca à linha português. Regressou a Aveiro em agosto de 1974, sem terminar a campanha e com a tripulação em greve. 
Como referência da memória da pesca do bacalhau em Portugal impõe-se uma visita ao Museu Marítimo de Ílhavo, lugar âncora do estudo, divulgação e proteção do património cultural desta grande epopeia nacional.

Hemeroteca Digital de Lisboa - Illustração Portugueza nº65 – 20 mai. 1907 e nº230 – 18 jul. 1910







Sal de Aveiro e Ílhavo para a Terra Nova 1903-03-18

Com destino a Saint-Pierre e Terra Nova, foram ultimamente despachadas 1.099 toneladas de sal comum no valor de 1.110$000 reis. Em fevereiro haviam já sido exportadas 3.279 toneladas daquele produto, tendo o valor de reis 3.299$200. O sal exportado pelos preços do país no ano findo obteve o valor representativo de 160.575$000 reis correspondente a 148.652 toneladas. A nossa principal exportação foi para França, Inglaterra, Suíça e Noruega, sendo o das marinhas de Aveiro e Ílhavo a de maior quantidade.

(in jornal Campeão das Províncias 1903, fotografia de postal de Paulo de Brito Namorado, c.1906)







Pesca do Bacalhau em Ílhavo 1920-09-01

Pesca do Bacalhau - Entrou já no nosso porto (de Aveiro) o primeiro dos barcos de pesca do bacalhau regressado dos bancos da Terra-Nova. É o hiate Apolo, da nossa praça, que traz regular carregamento.
A seca do bacalhau é feita na Gafanha, e dos navios que compõem a nossa flotilha, veio este adiante por falta de sal e agua, sendo aquela pesca o produto de quarenta dias de esforços da marinhagem nela ocupada. (in jornal Campeão das Províncias numero 6760)
Bilhete postal de 1903 de cliché de Paulo de Brito Namorado, nº18 da coleção Ílhavo 
editada pela Papelaria e Tipografia Paulo Guedes e Saraiva, Rua Áurea 80, Lisboa




 


domingo, 4 de julho de 2021

Capela de Nossa Senhora das Navegantes / Capela do Forte da Barra de Aveiro

 Capela de Nossa Senhora das Navegantes / Capela do Forte da Barra de Aveiro


   A Capela de Nossa Senhora dos Navegantes, património do Estado, é o mais antigo templo católico das paróquias da península da Gafanha, junto ao primitivo forte da Barra de Aveiro.

De notar a invulgar arquitectura desta capela com as suas paredes ameadas e a ombreira da porta principal de arco em ogiva, de pedra de calcário de Ançã lavrada em espiral.

   O documento mais antigo que encontrámos referente à capela de Nossa Senhora dos Navegantes data de 23 de Dezembro de 1803, tendo sido feito nesta data visita ás capelas da Barra (Srª dos Navegantes) e Alqueidão para se verificar se estavam em condições de nelas se dizer missa, pois estavam suspensas pela sua degradação. Foi levantada a suspensão à capela do lugar da Barra. (Arquivo da Universidade de Coimbra, cabido e Mitra, cx. III, doc. 12).

   Contradizendo algumas informações de que esta capela teria sido fundada e começada a ser construída a 3 de Dezembro de 1863, informação reiterada pelo Pe. João Vieira Resende, este documento atesta que já existiria no século XVIII e que, por esta altura, terá sido beneficiada e reaberta ao culto.


Vista do forte da Barra de Aveiro, vendo-se à esquerda a Capela de Nossa Senhora dos Navegantes, c.1930 

Fachada antes do restauro de 1996
   Cremos que, a posterior obra de 1863 sob a direcção do engenheiro Silvério Pereira da Silva, com custo de 400$000 réis, terá sido uma ampliação ou beneficiação da primitiva. Atestando este facto damos notícia do jornal "O Distrito de Aveiro" de 8 de Setembro de 1863
Nossa Senhora dos Navegantes - Como em tempo se havia anunciado n'este jornal, teve lugar no domingo 6 do corrente a festa. de Nossa Senhora dos Navegantes, em uma bonita capelinha que com esta invocação se acha construída junto ao porto desta cidade. Houve na vespera fogo prezo, muzica illuminaçño, e no dia, missa cantada sermão pregado pelo sr. dr. Abel Martins Ferreira, saindo no fim da festa de igreja, pelas 3 horas da tarde, procissão em que ia imagem da Senhora vestida com muito gosto decência, acompanhada por alguns mordomos, que vestiam as competentes opas. A capelinha estava bem decorada, a função religiosa correu com devida decência, o sermão foi excellente, como era de esperar do orador. Da festividade temos dito; agora digamos alguma cousa do passeio até ao logar da festa, ou, se assim quiserem, da romaria. A idêa do ter uma estrada, que dá soffrivel commodo para ir barra a toda hora do dia ou da noite, desafiava muita gente a ir ver fogo na véspera; porém ali hà poucas casas, e moda de passar noites inteiras "à la belle étoile" vai em grande decadência. Por isso muitos reservaram-se para o dia; mas ainda houve alguns entusiastas que foram d'Aveiro na véspera ver fogo, voltaram passar aqui noite, para. de novo se dirigirem para barra no dia seguinte. No domingo, porém, era muito para vêr-se a quantidade de pessoas que d'esta cidade se dirigia para ali, desde manhã, embarcadas umas, outras a cavallo, e muitíssimas pé. Na capella, e nas embarcações que por ali estavam fundeadas, tremolava grande numero de bandeiras. Armaram-se lá algumas danças, em que vimos tomar parte muitas das mais galantes tricaninhas d'esta cidade; cantou-se ao desafio, e, finalmente, foi um dia cheio aquelle. Quem não foi na véspera, nem no dia de manhã, não faltou de tarde. Antes e depois da procissão, cada. momento se viam chegar cavallo algumas das mais formosas damas d'esta cidade, e, bem entendido, indo elas, não deixavam de comparecer também muitos dos nossos leões. À noite retiraram todos muito pesarosos de não ser maior o dia para se prolongar diversão, e pouco satisfeitos com vento, que a todos fez pagar caro o prazer que ali foram gozar. Agouramos à romaria da Senhora dos Navegantes muita celebridade e grande concorrência no futuro. Os princípios  foram bons, e tudo nos leva crer que há-de ir prosperado de anno para anno. Para o bom êxito da festa dizem-nos que concorrem muito o sr. Reis, piloto-mor da Barra, tornando-se assim digno de louvor"


   Foi efectuada obra de restauro e beneficiação sendo reaberta em 30 de Março de 1996. 
(Arquivo do Porto de Aveiro, IM-BI-000273, Inauguração do Restauro da Capela do Forte do Barra, em 30 de Março de 1996)





Hugo Cálão, Set. 2010

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Párocos naturais de Ílhavo: D. Manuel Trindade Salgueiro, Arcebispo

Manuel Trindade Salgueiro, contributos para uma cronologia:


1898-07-28 - Manuel Trindade Salgueiro nasce em Ílhavo filho de gente humilde, ficando órfão de pai muito novo (seu pai perdeu a vida no mar, tragado pelas ondas aos 24 anos, à vista de Ponta Delgada, como tantos dos nossos conterrâneos). Faz a instrução primária no Asilo-Colégio de Nossa Senhora do Pranto de Ílhavo, gerido por irmãs franciscanas missionárias de Calais do Extinto Convento da Madre de Deus de Sá de Aveiro.
1898-10-20 - É batizado na Igreja Paroquial de São Salvador de Ílhavo.

1921-02-19 - É ordenado sacerdote.
1922-00-00 - O Bispo Conde D. Manuel Luís Coelho da Silva envia-o para a Universidade de Estrasburgo onde se licencia em Direito Canónico e faz doutoramento em Teologia.
1923-06-29 - É-lhe passado o certificado de Direito Canónico pelo Conselho da Universidade de Estrasburgo.
1924-01-10 - Data do diploma de Licenciatura em Teologia, assinado pelo Diretor Geral da Instrução Pública e Reitor da Academia de Estrasburgo.
1924-06-28 - Diploma de Estudos Superiores de Direito Canónico pelo Conselho da Universidade de Estrasburgo.
1925-00-00 - Defende a tese de doutoramento sobre "La Doctrine de Saint Augustim sur la Grâce d'après le traité à Simplicien", editada no Porto nesse ano.
1925-10-17 - O Bispo de Coimbra por decreto, nomeia-o para professor de Hermeneutica e Direito Canónico no Seminário de Coimbra.
1926-04-26 - Diploma de Doutor em Teologia pela Universidade de Estrasburgo, assinado pelo Ministro da Educação Lucien Lamoureux.
in jornal O Ilhavense
de 29 de Maio de 1927
1927-10-23 - Nomeado capitular da Sé de Coimbra para o lugar de Cónego Teólogo, com obrigação de proferir a homilia dominical.
1929-00-00 - Publica o compêndio "Apontamentos de Oratória Sagrada".

1931-00-00 - Escreve e são editados em Coimbra os folhetos "Um livro infeliz" e "Trágico descarrilhamento".
1933-00-00 - É editado em Coimbra "Papel da Vontade na Educação", a série de artigos publicados no "Correio de Coimbra" sobre educação e mocidade.
1934-00-00 - É nomeado para a Reitoria da Capela da Universidade e faz o prefácio do livro "Inquietação" de Maria Gabriel.
1935-02-16 - Comunicação proferida na Biblioteca da Universidade de Coimbra "O enigma humano", editada nesse ano.
1935-11-20 - Nomeação para assistente eclesiástico do C.A.D.C., onde escreve para a revista "Estudos" o artigo "Sentido da Vida".
1936-00-00 - Na revista "Estudos" publica "A graça no acto de Fé". Faz na Sé de Coimbra a oração fúnebre de D. Manuel Luís Coelho da Silva, publicada sob o título "Um bispo".
1937-04-08 - Decreto do bispo de Coimbra, D. António Antunes, nomeando-o para o cargo de Oficial da Cúria Diocesana.
1937-05-28 - É contratado para professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde regeu as cadeiras de História da Filosofia Medieval e Moral.
1937-06-04 - Dá a primeira lição na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e publica na revista "Estudos" o trabalho " A inteligência no acto de fé" e colabora no livro à memória do Doutor António de Vasconcelos.
1938-00-00 - Edita em Coimbra a obra "Pureza e Sensualismo", fruto das suas conferências na Sé Nova de Coimbra.
1939-00-00 - Escreve o prefácio de "Cartas Abertas" de Marinho da Silva e colabora no "In Memoriam" do Doutor Serras e Silva.

1940-04-07 - O Bispo-Conde de Coimbra escolhe-o para Assistente-Geral da Ação Católica na Diocese de Coimbra.
1940-11-23 - É nomeado, pelo papa Pio XII,  bispo titular de Helenópole da Palestina, para auxiliar do Patriarcado de Lisboa.
1940-00-00 - Publica na revista "Biblos" o trabalho "Conhecimento intelectual na Filosofia de Fr. João de São Tomás".
1941-02-23 - Recebe na Sé de Lisboa a sagração episcopal das mãos do Cardeal Patriarca D. Manuel Gonçalves Cerejeira, sendo consagrantes os bispos de Coimbra, D. António Antunes e o bispo de Vatarba, D. João da Silva Campos Neves.
1941-03-30 - É nomeado Presidente da Junta Central e Assistente Geral da Ação Católica Portuguesa.
1941-04-00 - A Universidade de Coimbra concede-lhe as insígnias de Doutor "Honoris Causa" da Faculdade de Letras.
1941-04-00 - Faz pela primeira vez a cerimónia de bênção da frota de barcos bacalhoeiros em Belém, e largada no rio Tejo para mais uma campanha nos mares da Terra Nova e da Groenlândia.
1941-00-00 - Publica nesse em Coimbra as recensões críticas "Cursum Theologicum Joannis a S. Thomas..."
1942-04-00 - Preside em Lisboa ao Congresso da Juventude Católica Feminina.
1942-00-00 - Prefacia os livros: "Inquietação" do Padre Moreira das Neves, editado em Leiria e "A Igreja e os Problemas Sociais", edição da Ação Católica Portuguesa.
1943-02-11 - É eleito sócio correspondente da Academia de Ciências de Lisboa.
1943-00-00 - Escreve o prefácio "Sementeira de Luz" para o livro "Vinte Anos em Coimbra" com trabalhos de D. Manuel Gonçalves Cerejeira.
1943-00-00 - Faz a "Carta Prefácio" do livro "Deus", poema de Miguel Trigueiros.
1945-00-00 - É editado em Coimbra o seu livro "Mensagem Cristã" e prefacia a obra de Civardi "Apostolado no próprio meio", editada em Coimbra.
1947-05-00 - Assiste à canonização de São João de Brito em Roma.
1947-00-00 - Edita em Madrid a tradução espanhola "Pureza y Sensualismo". Prefacia o livro de Ó Brien "Deus existe?", editado no Porto, e "Os problemas actuais à luz do Cristianismo, edição da Ação Católica Portuguesa.
1948-03-15 - Recebe o Diploma de Irmão da "Celestial Ordem Terceira da Santíssima Trindade" da Cidade do Porto.
1948-00-00 - Acompanha a Gloucester, a bordo do navio "Gil Eanes", a imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem oferecida pelos pescadores portugueses aos seus irmãos daquele porto piscatório americano.
1948-00-00 - É nomeado Presidente Honorário do Instituto António Cabreira.
1949-03-14 - É elevado ao título pessoal de arcebispo de Mitilene, "in Lesbo Insula". 


1950-03-26 - Preside à bênção da frota bacalhoeira fundeados no Tejo, junto à doca de Belém com cerimónia no Mosteiro dos Jerónimos.
1950-05-00 - Preside ao Congresso da Juventude Independente Católica Feminina.
1950-05-00 - Toma parte, em Roma, nas reuniões preparatórias do Congresso Mundial do Apostolado dos Leigos.
1950-05-00 - Pronuncia o elogio de São João de Deus no 4º Centenário comemorado em sessão solene na Academia das Ciências de Lisboa.
1950-05-00 - Escreve a "Carta-prefácio" do livro "Fátima e a conversão do mundo" da autoria do padre José Pedro da Silva.
1950-12-00 - Participa no Congresso Nacional dos Homens Católicos.
1951-02-28 - Por decreto, a Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, nomeia-o "Grão-Prior" da Ordem com breve apostólico datado de 9 de Junho.
1951-11-29 - Realiza a Oração Fúnebre da Rainha D. Amélia.
1951-12-00 - Recebe o Diploma da Academia Marial de Roma e escreve a "Introdução" à "História de Jesus segundo a concordância dos Evangelhos".
1952-00-00 - Representa o Episcopado Português nas Comemorações do IV centenário da morte de São Francisco Xavier, realizadas em Pamplona.
1952-00-00 - Aparece em Buenos Aires a tradução espanhola "El papel de la Voluntad em la Educacion".
1953-04-00 - Preside ao Congresso da Juventude Universitária Católica (JUC). Prefacia o livro do Padre Moreira das Neves "O Anjo das Três Loucuras".
1954-01-26 - A S.C. Consistorial nomeia-o Diretor dos Capelães Portugueses para os Navegantes.
1954-04-08 - É eleito académico de número da Academia de Ciências de Lisboa.
1954-04-12 - Participa no Congresso da Juventude Operária Católica (JOC) e da Juventude Operária Católica Feminina (JOCF). 
1954-00-00 - Publica "PIO XII e a Ação Católica e escreve as "Cartas-Prefácios" para as obras de António de Azevedo Pires "O homem que é Deus", de Serafim Lopes "Luz do Infinito", e as palavras de abertura "Flores da Alma" no Boletim "Cormarie".
1955-00-00 - Escreve o Prólogo do livro do Cardeal Mindszenty "A Mãe", editado em Coimbra.
1955-03-18 - É nomeado Diretor Nacional da Obra da Emigração em Portugal.
1955-05-20 - A Santa Sé eleva-o ao Arcebispado de Évora sendo escolhido, para a sede arquiepiscopal de Évora.
1955-07-00 - Assiste ao Congresso Eucarístico Internacional no Rio de Janeiro, visitando várias cidades do Brasil, onde recebe o Diploma de Sócio Honorário da União Portuguesa.
1955-08-15 - Toma posse do Arcebispado Eborense, por procuração.
1955-10-16 - Entra solenemente na Cidade de Évora, proferindo na Sé a Pastoral de entrada.
1955-11-20 - Visita pastoral da freguesia de Lavre.
1955-11-26 - Nomeia Vigário Geral o Cónego Dr. Francisco Maria da Silva, futuro Arcebispo Primaz de Braga.
1955-12-18 - Visita pastoral da cidade de Elvas.
1956-01-03 - Em Faro preside e faz o elogio fúnebre nas exéquias do 30º dia de falecimento do Bispo D. Marcelino Franco.
1956-03-22 - Preside na Sé de Évora às exéquias solenes do 1º aniversário da morte do seu antecessor D. Manuel Mendes da Conceição Santos.
1956-04-15 - Visita pastoral à cidade de Estremoz.
1956-04-29 - Visita pastoral a Montemor-o-Novo.
1956-05-00 - Visita pastoral a Campo-Maior.
1956-06-00 - Visita pastoral a Arraiolos e a Viana do Alentejo.
1956-07-00 - Visita pastoral a Vila Viçosa.
1956-07-31 - Faz o panegírico de Santo Inácio de Loyola na igreja de São Roque em Lisboa, nas comemorações do IV centenário da sua morte.
1956-10-20 - Visita pastoral a Mora.
1956-11-22 - Visita pastoral a Reguengos de Monsaraz.
1956-11-22 - Participa na sagração episcopal nos Açores do seu sucessor na Ação Católica Portuguesa, D. José Pedro da Silva.
1956-11-30 - É acometido de grave crise cardíaca.
1957-03-07 - Retoma as atividades episcopais interrompidas pela doença.
1957-03-08 - Nomeia novos membros para o Cabido de Évora e escreve "Palavras de Apresentação" para o livro "Evangelhos e Actos dos Apóstolos".
1958-04-27 - Preside à sagração na Catedral de Évora do Bispo de Egeia D. José Joaquim Ribeiro, auxiliar de Évora.
1958-05-15 - Nomeia vigário geral o seu Bispo auxiliar.
1958-06-12 - Breve que lhe concedeu o Pálio.
1958-06-28 - Visita pastoral ao Redondo.
1958-08-17 - Inauguração da nova igreja paroquial de Coruche.
1958-10-15 - Faz a oração fúnebre por alma de Pio XII nas exéquias realizadas na Sé e a 4 de Novembro preside ao Te-Deum pela eleição do Papa João XXIII.
1958-12-04 - Apresenta ao Congresso das Misericórdias a tese "Inspiração Espiritual das Misericórdias"
1958-12-12 - Preside à inauguração da Obra Social de São Julião de Monte Trigo.
1958-12-22 - Assiste às solenidades do 7º aniversário da Reconquista de Estremoz e escreve a "Apresentação" da obra "Caminhos da Terra Santa" da autoria de Alberto F. Marques Pereira.
1959-04-00 - Na semana de Estudos comemorativos do XXV aniversário da Ação Católica Portuguesa apresenta a tese intitulada "Fundamentos Teológicos do Apostolado dos Leigos".
1959-05-17 - Assiste à inauguração do Monumento Nacional a Cristo Rei em Almada.
1959-05-28 - Benze as barragens de Montargil e Maranhão.
1959-06-25 - Em Aveiro pronuncia a oração congratulatória do Milenário da cidade.
1959-10-24 - Assiste à abertura do Congresso do IV Centenário da Universidade de Évora.
1959-11-01 - Pontifica e faz homilia na igreja do Espírito Santo.
1959-11-29 - Visita pastoral a Mourão.
1959-00-00 - Escreve os prefácios de "Santos Portugueses" de João Ameal, "O Santo Padre Cruz" de Maria Joana Mendes Leal e "D. José do Patrocínio Dias", do cónego J. Gonçalves Serpa.

1960-03-30 - É condecorado com a Grã-Cruz" da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.
1960-05-21 - Pronuncia o panegírico de São vicente de Paulo na sessão comemorativa do terceiro centenário realizado na Sociedade de Geografia de Lisboa.
1960-07-25 - Parte para Munique a fim de assistir ao Congresso eucarístico Internacional.
1960-08-03 - O Ministro da Marinha concede-lhe a medalha naval comemorativa da Morte do Infante D. Henrique.
1960-11-06 - Preside na Sé de Évora à abertura das Comemorações Condestabrianas.
1960-00-00 - Escreve o "Prefácio" da obra "A alma do arcebispo apóstolo", da autoria de D. Francisco Maria da Silva, editada em Braga.
1961-04-22 - Parte para Roma onde assiste à sessão de trabalhos preparatórios do concílio Vaticano II.
1961-05-28 - Preside à Peregrinação Arquidiocesana a Vila Viçosa.
1961-00-00 - Prefacia o livro "Problemas da Juventude" de a. Alves de Campos.
1962-02-24 - Nomeia novos cónegos e beneficiados da Sé de Évora.
1962-06-05 - Breve Apostólico assinado pelo Cardeal Tisserant conferindo-lhe a "Grã-Cruz" da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém.
1962-09-29 - Anuncia, em Provisão, a abertura do concílio Vaticano II marcada para 11 de Outubro.
1962-10-08 - Parte para Roma a fim de assistir à primeira sessão do Concílio Vaticano II.
1962-12-09 - Assiste em Ílhavo a duas inaugurações: o Bairro dos Pescadores e Capela e o Centro Social, inaugurado com o seu nome.
1962-00-00 - Escreve "Palavras" em "Faculdades e Normas para o Ministério Pastoral", editadas em Évora.
1963-02-02 - Publica a Provisão que anuncia à Arquidiocese a Missão que se realizará em Évora de 3 a 17 de Março.
1963-05-30 - Preside à trasladação dos restos mortais de D. Manuel Mendes da Conceição Santos do cemitério dos Remédios para o túmulo no claustro da Sé de Évora.
1963-06-05 - Profere uma alocação aos microfones da emissora Nacional na morte do Papa João XXIII
1963-07-12 - Preside e faz a oração fúnebre nas exéquias pelo Papa João XXIII.
1963-07-28 - Preside ao Te-Deum pela eleição do Papa Paulo VI.
1963-00-00 - Prefacia a 1º volume da "Obra Oratória" de D. Augusto Eduardo Nunes publicado em Évora pela Junta Distrital.
1964-02-05 - Publica a Provisão sobre a Sagrada Liturgia conforme as normas aprovadas no Concílio Vaticano II
1964-03-19 - Colabora na Pastoral Coletiva do episcopado acerca do 1º Centenário do Apostolado da Oração em Portugal.
1964-08-08 - Anuncia à Arquidiocese a próxima abertura do instituto de estudos superiores de Évora.
1964-09-12 - Parte para a 3ª sessão do Concílio Vaticano II, não tendo assistido à 2ª sessão por motivo de doença.
1964-09-14 - Envia de Roma para "A Defesa" o 1º artigo duma série de 9 artigos sobre o Concílio.
1964-10-07 - Foi consagrante do primeiro Bispo de Vila Cabral, D. Eurico Dias Nogueira.
1964-00-00 - Escreve os prefácios para os livro "As Pombas da Virgem de Fátima" do cónego Sebastião Martins dos reis e Padre Adriano Chorão Lavajo Simões e "Francisco de Assis, Renovador da Humanidade" de Guedes de Amorim.
1965-02-00 - Publica em volume uma série de artigos que escrevera em "A Defesa", sob o título de "O Seminário ... esse desconhecido".
1965-05-09 - Faz a que seria a sua última Peregrinação Arquidiocesana a Vila Viçosa.
1965-09-20 - Morreu em Ílhavo após prolongado sofrimento.
1968-12-29 - Devido ao seu empenho na construção em Ílhavo da antiga Escola de Pesca, do Bairro dos Pescadores e do Centro Paroquial, é homenageado com uma estátua em bronze da autoria do escultor Leopoldo de Almeida, colocada num amplo largo no centro da cidade, inaugurada pelo Presidente da República de então, Almirante Américo Tomás, recordando-o como o “Bispo do Mar”.