Património religioso de Ílhavo: Contributo para o estudo das azenhas de Vale de Ílhavo (1578-1830)

terça-feira, 5 de junho de 2012

Contributo para o estudo das azenhas de Vale de Ílhavo (1578-1830)

Tombo da Confraria de Nossa Senhora da Graça de São Miguel de Aveiro de 1583
(Fonte: Arquivo Diocesano de Aveiro ( © )

-Item duas azenhas em Vale de Ílhavo que trás João André e paga delas de foro 80 alqueires em cada um ano por dia de São Miguel (deixadas por Rodrigo Álvares da Ponte e sua mulher em 1578)

-Foro de 80 alqueires de trigo e dez de milho, impostos em duas azenhas no Vale de Ílhavo, com a obrigação de seis missas rezadas e seis cantadas, sendo cada uma delas em cada um dos dias das seis principais destas de Nossa Senhora, e todas aplicadas pela alma de Rodrigo Álvares da Ponte e sua mulher.

Índex de títulos de bens pertencentes da Confraria de Nossa Senhora da Graça de Aveiro, 1746

PT/ADAVR/DIO/CNSGAVR17/001/0001 1 liv.

Livro manuscrito encadernado em pele; 30,2x22,2 cm; 96 folhas; n3. Termo de abertura: “Este livro hé o que háde servir para nele se trasladarem todos os títulos e bens pertencentes à Confraria de Nossa Senhora da Graça sita na freguesia de São Miguel desta Vila de que fiz este termo que assinei. Aveiro 3 de Agosto de 1746. Manuel Cardozo de Andrade. Contém inventário de bens e escrituras de aforamento. Inicia escrituras no ano de 1539 até 1783. Contém inventário de objectos na f64 de 1746 e na f69 novo inventário de 25 de Janeiro de 1778 com aditamento de 8 de Novembro de 1793.

p.8 - 1578 Uma escritura de prazo antigo que fizeram os oficiais de Nossa Senhora da Graça das azenhas do Vale de Ílhavo da dita Confraria, o qual prazo antigo foi feito primeiramente a João André na era de 1578, as quais agora trás (1746) por novo prazo Manuel Francisco, o Esmerado do vale de Ílhavo em preço de 80 alqueires de trigo, 20 de milho feita nas notas de Luís Pinheiro Pacheco, tabelião na Vila de Ílhavo.

Escrituras e documentos:

1634-12-18 Escritura de compra que fez Miguel Correia de Quadros, escrivão da Confraria, a Pero André e a sua mulher Francisca João de um chão no Vale de Ílhavo, próximo destas azenhas com o dinheiro de acréscimos. Parte do sul com a madriz corrente da água, do nordeste com vessada de Manuel Nunes, o qual foi arrendado a este Manuel Nunes por 10$000 réis em 1635 por escritura nas notas do tabelião Baltazar Pais Coelho.

Arquivo Diocesano de Aveiro (fundo Confraria de Nossa Senhora da Graça da Igreja de São Miguel de Aveiro) ©
PT/ADAVR/DIO/CNSGAVR17/003/000003, doc. 5f

1635-08-22 Escritura de desistimento que fez Manuel André, o Gadelha aos oficiais da Confraria de Nossa Senhora da Graça da Igreja de São Miguel de Aveiro das azenhas de Vale de Ílhavo, que aceitaram e tomaram delas posse, e delas fizeram novo prazo a seu filho Pero André feita nas notas do tabelião de Ílhavo, Luís Pinheiro de Morais .

Arquivo Diocesano de Aveiro (fundo Confraria de Nossa Senhora da Graça da Igreja de São Miguel de Aveiro) ©
PT/ADAVR/DIO/CNSGAVR17/003/000004, doc. 4f

Saibam quantos este instrumento de desistimento que vale em direito e melhor chamar se possa deste dia para sempre virem que no ano de nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil seiscentos e trinta e cinco anos aos vinte e dois dias do mês de Agosto do dito ano no Vale de Ílhavo, termo da Vila de Ílhavo e na azenha em que vive Manuel André, o Gadelha de alcunha aí pareceu ele presente e suam mulher Margarida André, pessoas conhecidas de mim tabelião e por eles ambos foi dito perante mim e testemunhas adiante nomeadas que eles tinham e possuíam duas azenhas pertencentes uma e outra as quais se chamam as azenhas de Nossa Senhora da Graça da Vila de Aveiro, sitas no dito Vale de Ílhavo e que ambas partem do norte com estrada que vai para a azenha que foi de Nuno Borges e do sul com terras que foram de João André, defunto seu pai e logo deles sobreditos, as quais azenhas os oficiais de Nossa Senhora da Graça da Vila de Aveiro emprazaram e aforaram em fateozim ao dito João André.

1639-06-11 Escritura de aforamento das duas azenhas do Vale de Ílhavo que a Confraria de Nossa Senhora da Graça da Igreja de São Miguel fez a favor de Pero André, o Gadelha e sua mulher Francisca Joana, feita nas notas do tabelião Mateus Fernandes de Oliveira.

Arquivo Diocesano de Aveiro(fundo: Confraria de Nossa Senhora da Graça da Igreja de São Miguel de Aveiro) ©
PT/ADAVR/DIO/CNSGAVR17/003/000005, doc. 6f

1685-05-16 Escritura de desistimento que fez a moleira Maria Francisca, viúva que ficou de José Nunes aos oficiais da Confraria de Nossa Senhora da Graça da Igreja de São Miguel de Aveiro das azenhas de Vale de Ílhavo, feita nas notas do tabelião Roque de Matos Adrião da Vila de Aveiro.

Arquivo Diocesano de Aveiro ©
Arquivo Distrital de Aveiro PT/ADAVR/DIO/CNSGAVR17/003/000007, 4f

1830-05-15 Sentença cível de demarcação da azenha do Vale de Ílhavo entre Augusto Ferreira Pinto Basto da Vista Alegre, o Rev. José da Cunha Nunes como tesoureiro da Confraria de Nossa Senhora da Graça de São Miguel de Aveiro e José Duarte Mourão como procurador das religiosas do Convento da Madre de Deus de Sá de Aveiro e termo da Vila de Ílhavo pertencentes ao Donatário desta Vila o Morgado de Carvalhais; Demarcação da água que corre da azenha da Aleixa de que é moleiro Francisco dos Santos Teco para a azenha de Augusto Ferreira Pinto Basto, a fim de não afrontar a água da roda, sendo presentes Manuel Francisco Cardozo de Vale de Ílhavo e Francisco Fernandes Grego da Ermida por conhecimento da altura em que corria a água fazendo novo marco de pedra.

Arquivo Diocesano de Aveiro(fundo: Confraria de Nossa Senhora da Graça da Igreja de São Miguel de Aveiro) ©
PT/ADAVR/DIO/CNSGAVR17/006/00008, doc. 6f

Quadro de síntese de proprietários das azenhas de Nossa Senhora da Graça de Vale de Ílhavo

1578 - João André
1600 - Manuel André, o Gadelha
1608 - Herdeiros de Manuel André: Domingos André, o Candelo, António Ribeiro, Miguel António, Manuel André, o Cartaxo e Manuel Gonçalves Alberto
1639 - Pero André, o Gadelha
Simão Francisco
António Gonçalves
Manuel Nunes, o Calado, moleiro de Vale de Ílhavo
1685 - Maria Francisca, moleira viúva de José Nunes
1746 - Manuel Francisco, o Esmerado
1774 - João Francisco, moleiro de Vale de Ílhavo
1829 - Inácio Nunes Vieira
António Gomes da Silva

Ver mais em:

Oudinot, José Reinaldo Rangel de Quadros, Aveiro: origens, brasão e antigas freguesias, Paisagem Editora, 1984, p.81

Oudinot, José Reinaldo Rangel de Quadros, Aveiro - Apontamentos Históricos, Câmara Municipal de Aveiro, 2009, p.73

Cronologia século XII-XV

1047-10-12 Recemundo Maureliz faz testamento ao mosteiro da Vacariça de diversos bens, entre outros, propriedades em Ílhavo. (ANTT, Livro Preto da Sé de Coimbra, f.65-65v)
1088-01-11 D. Sisnando Davides, alvazil de Coimbra, doa ao presbítero Rodrigo Hourigues o lugar de São Cristóvão, Ílhavo, doação que o conde Raimundo posteriormente confirmará. (Diplomata et Chartae, Academia das Ciências Lisboa, 1867, vol. 1, , DCLXXXXVIII)
1088-01-30 D. Sisnando Davides, alvazil de Coimbra, doa ao presbítero Rodrigo Hourigues a ermida de São Cristóvão, em Ribas Altas, Ílhavo, para que a valorize, desbravando o terreno anexo, e a entregue após a sua morte a outro eclesiástico. (Cabido da Sé de Coimbra, Livro Preto; Diplomata et Chartae, Academia das Ciências Lisboa, 1867, vol. 1, , DCLXXXXIX)
1095-02-26 Rodrigo Hourigues, a quem foi retirada a dignidade de presbítero, faz testamento à Sé de Coimbra da Igreja de São Cristóvão, em Ribas Altas, Ílhavo, com todas as suas pertenças. (Diplomata et Chartae, Academia das Ciências Lisboa, 1867, vol. 1, DCCCXV)
1149-02-22 D. João Anaia, bispo de Coimbra, por divisão da herança paterna com seu irmão Martim Anaia, recebe bens e propriedades em Ílhavo. (ANTT, Cabido da Sé de Coimbra, Livro Preto, doc.4)
1176-04-00 D. Afonso Henriques doa a Rodrigo Hourigues e a sua mulher, Boa Pires, quatro casais em Ílhavo. (Documentos Medievais Portugueses - Documentos Régios, doc.329)
1180-00-00 Notícia dos bens usurpados à Sé de Coimbra e posteriormente restituidos pelo bispo D. Miguel Salomão entre este a Ermida de São Cristóvão em Ílhavo. (ANTT, Cabido da Sé de Coimbra, Livro Preto, doc.3)
1220-00-00 Inquirição de D. Afonso II no terra do Vouga fazendo referência a Ílhavo com sua igreja de padroado régio e oito casais. (Milenário de Aveiro, doc. XXXIII)
1296-10-13 D. Dinis apresenta inquirição sobre foros e costumes de Ílhavo.
1320-00-00 Os dízimos da igreja de São salvador de Ílhavo são avaliados em 80 libras anuais.
1355-00-00 Tomada de pose de Ílhavo Vila de Milho (Verdemilho) e Sá pelo procurador do Infante D. Fernando de Aragão, marido da Infanta D. Maria.
1437-02-27 D. Duarte doa Ílhavo a seu irmão o Infante D. Pedro, Duque de Coimbra.
1495-09-29 D. João II, no seu testamento, integra Ílhavo no Ducado de Coimbra, em favor de seu filho Jorge de Lencastre, administrador da Ordem de Avis.

Cronologia século XVI

1500-05-27 D. Manuel I considerando o amor e afeição com que D João II criara D. Jorge, Duque de Coimbra, lembrando a obrigação que para com ele havia, e porque era em idade de lhe dever dar casa e fazenda, e para que melhor e mais honradamente pudesse sustentar e manter o seu estado, lhe fazia pura e irrevogável doação para todo sempre, da Vila de Ílhavo e Vila de Milho (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Manuel I, liv. 13)
1513-00-00 Carta de aforamento a Duarte Borges, Prior da Igreja de Ílhavo, de um mato maninho, chamado o Soalhal, por António Borges de Miranda, fidalgo, senhor das terras de Carvalhais e Ílhavo (Museu Nacional de Arqueologia, Pergaminhos Diversos 16737, Ms/P/DIV, cx. 9, nº 308)
1514-03-08 D. Manuel I outorga a Carta Foral de Ílhavo.
1516-09-02 Entrega do Foral ao Juiz e Vereadores, no lugar de Sá.

Cronologia século XVII

1606-10-13 Foi concedido Breve de indulgência plenaria pelo papa Paulo V a todos os fieis da Irmandade do Santíssimo Sacramento de Ílhavo no dia de entrada na referida irmandade
1640-08-21 Visita pastoral à Igreja Matriz de Ílhavo e capelas da Paróquia.(Arquivo da Universidade de Coimbra, Livro de Devassa do Arcediagado do Vouga, 1640-1644, livº1, III-1ªD-4-4-51, f. 118v)
1650-07-29 Visita pastoral à Igreja Matriz de Ílhavo e capelas da Paróquia, ectuada pelo visitador do Arcediagado do Vouga, o D. Manuel Pimentel de Sousa, visitando o sacrário, pia baptismal, santos óleos e fez procissão dos defuntos e visitou os altares, sacristia e ornamentos dela tudo em presença do Rev. Prior e seu cura Pe. Domingos João e maior parte dos fregueses. (Arquivo da Universidade de Coimbra, Livro de Devassa do Arcediagado do Vouga, 1650-1656, livº2, III-1ªD-4-4-90, f. 146v)
1686-11-30 Morre sem testamento o Reverendo prior de Ílhavo Bento de Almeida, sendo enterrado na Capela da Senhora do Pranto. (ADAVR, óbitos)
1693-07-15 Alvará de concessão de feira anual e mercado mensal no sítio da Vista Alegre.(Collecção chronologica da legislação portugueza, volume X, 1683-1700, p.326 )
1694-11-27 Foi concedido Breve de indulgência plenária a todos os irmão da Irmandade do Santíssimo Sacramento de Ílhavo que tendo-se previamente confessado e comungado assistirem e acompanharem a procissão do Santíssimo Sacramento que todos os anos costuma fazer-se no dia da oitava da Solenidade do Corpo de Cristo, orando pela paz e concórdia dos príncipes cristãos.

Cronologia século XVIII

1727-05-13 O sargento-mor Luís Dias Aveiro, morador no lugar da Légua, freguesia de Ílhavo, pede auto de licença para erigir uma capela com invocação de Nossa Senhora da Conceição em agradecimento por ter sido salvo do perigo de vida que correu aquando do embarque para o Brasil. (Arquivo da Universidade de Coimbra, Cabido e Mitra de Coimbra, cx. XI, doc. 18)
1728-06-29 Autos de concurso e edital para o provimento de encomendação a prior da Igreja da Vila de Ílhavo com documentos relativos aos párocos a concurso. (Arquivo da Universidade de Coimbra, Documentos do Cabido da Sé de Coimbra relativos a Ílhavo, 1723-1759, III/10D/2/5/81)
1732-09-15 É concedido um Breve de sua Santidade o papa Clemente XII à Irmandade do Senhor Jesus do Bendito Louvado, erecta na igreja matriz de São Salvador de Ílhavo (Lopes, António Maria, “Igreja Matriz de Ílhavo: história da sua construção,Tipografia Beira-Mar, 1927, p.20)
1745-12-16 Autos de licença para aumentar a Capela de Santa Barbara pedidos por António Leite de Aveiro
1751-05-17 É dado alvará da Igreja matriz de Ílhavo a Francisco de Almeida Cabral. (ANTT, Registo Geral de Mercês de D. José I, liv. 2, f. 372)
1755-06-17 Foi dada carta e apresentada por El-Rei D José de priorado da igreja do Santíssimo Salvador da vila de Ílhavo a João Martins dos Santos que vagara por falecimento do prior Francisco de Almada Galafura (Lopes, António Maria, “Igreja Matriz de Ílhavo: história da sua construção,Tipografia Beira-Mar, 1927, p.31)
1756-00-00 Foi colocado neste ano, ao lado direito da porta sul da Capela de Nossa Senhora do Pranto um quadro com a estampa de São Vicente de Paulo, fundador da Congregação da Missão que os padre missionários pregaram (Lopes, António Maria, “Igreja Matriz de Ílhavo: história da sua construção,Tipografia Beira-Mar, 1927, p.28)
1759-00-00 O sargento-mor Luís Dias Aveiro, proprietário da Capela de Nossa Senhora da Conceição da Légua pede auto de licença para ser sepultado na capela que construiu.(Arquivo da Universidade de Coimbra, Cabido e Mitra de Coimbra, cx. XI, doc. 18)
1760-07-08 Autos de licença para a construção da Capela das Almas do Purgatório de Ílhavo no local onde está colocada uma medalha representativa das Almas do Purgatório.Arquivo da Universidade de Coimbra, Cabido e Mitra de Coimbra)
1765-10-21 Por provisão de el-Rei D. José I foi concedido nesta data o produto do real imposto na carne e vinho, consumidos na Vila de Ílhavo, pelo prazo de 15 anos, a fim de se ampliar a velha Igreja Matriz de Ílhavo. (Lopes, António M., “Da nossa Igreja falam assim velhos alfarrábios”, in jornal O Ilhavense, de 10 de Junho de 1950)
1772-03-10 Nesta data foram elaborados os apontamentos pelos mestres de obra de pedreiro e arquitectura, Manuel Fernandes, de Ovar, e António Francisco, de Sá, para ampliação da Igreja Matriz de Ílhavo para três naves, orçando-se o trabalho em 9.200$00 rs. Propôs-se servirem as primitivas colunas de pedra da nave da igreja, aumentando-se a altura, o primitivo arco da capela-mor, o púlpito, a pia baptismal e pias de água benta. (Lopes, António M., “Coisas do arco-da-velha: colhidas na Torre do Tombo”, in jornal O Ilhavense, de 1 de Agosto de 1965, nº 2188)
1774-04-12 Foi criada a Diocese de Aveiro pelo papa Clemente XIV, mediante o breve Militantis Ecclesiae gubernacula, a pedido do monarca D. José I, abrangendo uma área destacada do território da Diocese de Coimbra (ARQUIVO DO VATICANO, Processo Consistorial nº 166, fls. 41,v-42)
1774-10-03 Início à obra de ampliação da Igreja Matriz de Ílhavo, arrematada por José Rodrigues Ferreira, mestre-de-obras de Ovar, por 6.195$000 rs, com bênção da primeira pedra. (Lopes, António M., “Da nossa Igreja falam assim velhos alfarrábios”, in jornal O Ilhavense, de 10 de Junho de 1950)
1777-11-07 É apresentado um requerimento pelo padre João Nunes da Costa a pedir que lhe seja concedida licença para ser sepultado na capela das Almas.(Arquivo da Universidade de Coimbra, Cabido e Mitra de Coimbra, cx. I, doc. 37)
1777-11-22 Autos de justificação que pretendem fazer Martinho Soares da Cunha e sua mulher Vicência Teles Mendonça e Meneses, da Freguesia de Ílhavo sobre a propriedade de uma sepultura na capela de Nossa Senhora do Pranto. (Arquivo da Universidade de Coimbra, Mitra e Cabido, cx. XI, doc. 3)
1783-06-29 A Igreja paroquial de Ílhavo termina a sua construção transferindo-se o Santíssimo Sacramento depositado na Capela das Almas e sendo sagrada neste dia.. (Marques Gomes, 1922))
1785-06-23 Foi enterrado o Pe. João da Costa da Juliana na Igreja Matriz de Ílhavo, o primeiro enterramento após a ampliação. (Lopes, António M., “Da nossa Igreja falam assim velhos alfarrábios”, in jornal O Ilhavense, de 10 de Junho de 1950.
1790-08-13 Autos de requerimento e licença que pedem os mordomos da Confraria de Nossa Senhora do Pranto de Ílhavo para benção da sua Capela de Nossa Senhora do Pranto, após obra de reedificação. (Arquivo da Universidade de Coimbra, Mitra e Cabido, cx. XI, doc. 2)

Cronologia século XIX

1800-05-07 Carta de administração da Capela denominada de Nª Srª da Penha de França no sítio de Vista Alegre do lugar da Ermida no termo de Ílhavo a D. Ana Teresa Luísa de Sousa. (ANTT, RGM/E/30/358194, Registo Geral de Mercês de D. Maria I, liv. 30, f. 295)
1800-08-30 O prior de Ílhavo, o Pe. João Martins dos Santos, compadecido pela miséria dos seus paroquianos, pede licença e confirmação ao Tribunal da Mesa do Desembargo do Paço para fundar à sua custa um hospital em Ílhavo. (LOPES, António Maria, “Coisas do arco-da-velha: colhidas na Torre do Tombo”, in jornal O Ilhavense, de 1 de Agosto de 1965, nº 2188)
1801-03-22 Nasceu nesta data em Ílhavo D. José António Pereira Bilhano, filho de António Bilhano e Rosa de Jesus. ( “Ílhavo no tempo do Arcebispo Bilhano”, in jornal O Ilhavense, de 21 de Agosto de 1928)
1841-11-13 Carta de apresentação na Igreja Paroquial de São Salvador de Ílhavo, por Decreto de 11-05-1841, ao Pe. António Pinto Cardoso de Meneses. (ANTT, Registo Geral de Mercês, D.Maria II, liv.15, fl.161-161v)
1851-06-07 Carta de pároco da Igreja de São Salvador de Ílhavo, concelho de Ílhavo, ao Pe. José António Pereira Bilhano. (ANTT, Registo Geral de Mercês, D.Maria II, liv.35, fl.84v-85v)
1856-08-16 Pelas 10 da manhã deste dia, ocorreu no adro da Igreja Matriz de Ílhavo um terrível acidente onde um carro conduzido por Manuel Martins de Oiã, esmagou a cabeça de um menino de 4 anos filho de Luís Pereira Mixirão (in jornal 'A Imprensa', de 22 de Agosto de 1856, nº7)
1856-09-28 Neste domingo festejou-se festa e procissão da Senhora da Saúde na Costa Nova do Prado, onde a concorrência foi grande, embora inferior à que costumava haver nos anos anteriores; as cachopas e os maneis entregaram-se com o frenesim costumado às suas danças afeiçoadas. ( in jornal 'A Imprensa', de 30 de Setembro de 1856, nº18)
1859-05-17 Foi concedida pelo Papa Pio IX indulgência in perpetuum à Irmandade do Santíssimo Sacramento e Almas de Ílhavo, publicada pelo Vigário Geral Governador do Bispado de Aveiro a 8 de Outubro, confirmando as indulgências passadas
1865-04-23 Pagamento a Francisco dos Santos Barreto pela armação preta no paço para os cinco domingos da quaresma no valor de 6.000 réis (APSSI, Livro das actas das sessões da Junta de Paróquia de São Salvador de Ílhavo, 1865-1876, f.30)
1865-06-28 Concerto feito por António de Pinho, serralheiro, no relógio e casa do mesmo. Pagamento a D. Henriqueta Maia da quantia de 109.798 rs para o completo pagamento do empréstimo de 200.000 rs para aquisição dos paramentos ricos. (APSSI, Livro das actas das Sessões da Junta de Paróquia de São Salvador de Ílhavo, 1865-1876, f. 31-31v)
1867-12-28 É apresentado requerimento para construção e bênção de uma capela com invocação de Nossa Senhora do Carmo, edificada no lugar da Gafanha, pedido pelos seus moradores. (Arquivo da Universidade de Coimbra, Cabido e Mitra de Coimbra, cx. X, doc. 23)
1868-03-17 D. José António Pereira Bilhano, foi nesta data exonerado de governo do Bispado de Aveiro, que ocupava desde 1860. (“Ílhavo no tempo do Arcebispo Bilhano”, in jornal O Ilhavense, de 21 de Agosto de 1928)
1871-11-22 Carta de pároco da Igreja de São Salvador de Ílhavo ao Pe. João André Dias. (ANTT, Registo Geral de Mercês de D. Luís I, liv. 24, f. 23)
1880-06-15 Auto de revista da capela de São João Baptista, mandada construir na Barra por João Pedro Soares da freguesia da Senhora da Glória de Aveiro. ( Arquivo da Universidade de Coimbra, Mitra e Cabido de Coimbra, cx. III, doc. 11)
1881-09-30 Foi extinta a Diocese de Aveiro pela bula do papa Leão XIII Gravissimum Christi Ecclesiam regendi et gubernandi munus,
1884-05-15 Carta de pároco da Igreja de São Salvador de Ílhavo, concelho de Ílhavo, ao Pe. Manuel Branco de Lemos. (ANTT, Registo Geral de Mercês de D. Luís I, liv. 37, f. 269)

Cronologia século XX

1905-11-23 O pároco de Ílhavo, o Dr. Manuel Branco de Lemos, alcançou superiormente um subsídio de 500$000 rs para obras na Igreja matriz, a ser empregue em reparação de tectos. (in jornal O Nauta, de 23 de Novembro de 1905)
1910-10-29 Roubam-se os objectos de ouro prata que adornavam imagem da Senhora do Pranto em Ílhavo (Campeão das Províncias)
1910-11-23 Em notícia desta data refere-se que na noite de segunda-feira entraram na Igreja matriz de Ílhavo, onde quebraram o grande vidro do altar do Senhor Jesus, roubando os objectos de ouro que adornavam a imagem, ex-votos em promessas pelos devotos. O auctor desta façanha supôs-se o mesmo meliante que teria assaltado a capela de Nossa Senhora do Pranto. (in jornal O Brado, de 23 de Novembro de 1910)
1910-11-24 Propôs-se a demolição da Capela das Almas de Ílhavo, na rua de Santo António, tal como se demoliu a antiga capela de São João, do largo do Rocio de Aveiro. (in jornal O Nauta, de 24 de Novembro de 1910)
1910-12-22 Foram retirados os sinos dos campanários da Capela das Almas de Ílhavo, com vista à sua demolição. A Ordem Terceira de São Francisco de Ílhavo, perante tal acção propôs a construção em lugar próximo uma nova ermida a fim de guardar as suas imagens. (in jornal O Nauta, de 22 de Dezembro de 1910)
1911-01-26 É posto em edital para o dia 8 de Fevereiro desse ano se proceder à arrematação em hasta pública dos bens móveis da Capela das Almas, que será brevemente demolida. (in jornal O Nauta, de 26 de Janeiro de 1911)
1911-05-04 A Igreja Matriz de Ílhavo é furtada, penetrando os ladrões e arrombando gavetas e portas de altares, roubando vários objectos de prata e ouro e 18$000 rs. O sacrário foi também arrombado e furtado o vaso das partículas. Os objectos furtados foram os seguintes: 3 cálices de prata dourada, 2 patenas de prata, 1 salva de prata, 1 vaso do sacrário e cruz de outro, 1 rosário de prata e ouro, 2 resplendores de prata. Na mesma noite foi assaltada a Capela de Nossa Senhora das Dores de Verdemilho. (in jornal O Nauta, de 4 de Maio de 1911)
1911-07-20 O sacristão da Igreja de Ílhavo, o Sr. António Pereira Ramalheira, renunciou ao seu lugar e passou a substitui-lo o sapateiro João Alão Ferreira, o mudo de alcunha, a quem a Irmandade do santíssimo Sacramento e Almas, que tomou conta do mandato da Igreja de Ílhavo, estabeleceu o ordenado de 400 rs diários. (in jornal O Nauta, de 20 de Julho de 1911)
1912-02-20 A procissão das Cinzas de Ílhavo, costumada sair nesta ocasião, não se realizou visto a Junta de Paróquia não ceder a Igreja para recolhimento das respectivas imagens de roca, que estavam repartidas, cabeças, pés e mãos, pelas várias casas dos franciscanos da Ordem Terceira. (in jornal O Nauta, de 20 de Fevereiro de 1912)
1914-05-31 Cedência de terreno do passal de Ílhavo para alargamento do mercado, á Câmara Municipal do concelho de Ílhavo. (Arquivo Corrente do Ministério das Finanças, ACMF/Arquivo/CJBC/AVE/ILH/CEDEN/001, Comissão Jurisdicional dos Bens Cultuais)
1916-02-08 Na noite de terça para quarta a igreja de Ílhavo é furtada, levando os ladrões três lâmpadas de prata, uma que estava em frente do altar Santíssimo e duas em frente do altar do Senhor Jesus dos Navegantes e um vaso das partículas (in jornal O Nauta, de 12 de Fevereiro de 1916)
1936-09-27 Em Diário da Républica pelo decreto 27:025 é aprovado o quadro de pessoal da Irmandade do Santíssimo Sacramento e Almas de Ílhavo: um escrevente 50$00 e um andador e cobrador 40$00
1938-08-24 Foi restaurada a Diocese de Aveiro pela bula Omnium Ecclesiarum, passada pelo papa Pio XI, dando-lhe novos limites, desmembrados das Dioceses de Coimbra, do Porto e Viseu
1940-03-25 Fundação da Irmandade de Santo António da Coutada pelos mordomos Joaquim Nunes Torrão, Casimiro Simões Maio e João Ferreira Solha (ADA, 1953, p. 125)
1956-09-15 Fundação do Centro Paroquial de Formação e Assistência de Ílhavo por D. Júlio Tavares Rebimbas.
1959-09-09 Instituição do Património dos Pobres em Ílhavo com estatutos autorizados pelo Bispo de Aveiro a 2 de Dezembro e aprovados por despacho de 19 de Dezembro da Direção Geral de Assistência desse ano.
1966-01-02 Inauguração do novo edifício do Centro Paroquial de Formação e Assistência, dedicado a D. Manuel Trindade Salgueiro.
1996-11-06 Fundação do “Lar do Divino Salvador” de Ílhavo, para assistência a mulheres e crianças vítimas de abuso, mães solteiras, mulheres vítimas do “tráfico de mulheres” ou que, tendo conhecido a prostituição, desejam inserção, contando com a colaboração da Congregação de Irmãs de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor.

Património religioso de Ílhavo

Igrejas

terça-feira, 5 de junho de 2012

Contributo para o estudo das azenhas de Vale de Ílhavo (1578-1830)

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