segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Exposição: Documentos&História - Senhor Jesus dos Navegantes de Ílhavo


terça-feira, 5 de junho de 2012

Contributo para o estudo das azenhas de Vale de Ílhavo (1578-1830)

Tombo da Confraria de Nossa Senhora da Graça de São Miguel de Aveiro de 1583
(Fonte: Arquivo Diocesano de Aveiro ( © )

-Item duas azenhas em Vale de Ílhavo que trás João André e paga delas de foro 80 alqueires em cada um ano por dia de São Miguel (deixadas por Rodrigo Álvares da Ponte e sua mulher em 1578)

-Foro de 80 alqueires de trigo e dez de milho, impostos em duas azenhas no Vale de Ílhavo, com a obrigação de seis missas rezadas e seis cantadas, sendo cada uma delas em cada um dos dias das seis principais destas de Nossa Senhora, e todas aplicadas pela alma de Rodrigo Álvares da Ponte e sua mulher.



Índex de títulos de bens pertencentes da Confraria de Nossa Senhora da Graça de Aveiro, 1746
PT/ADAVR/DIO/CNSGAVR17/001/0001                       1 liv.
 Livro manuscrito encadernado em pele; 30,2x22,2 cm; 96 folhas; n3. Termo de abertura: “Este livro hé o que háde servir para nele se trasladarem todos os títulos e bens pertencentes à Confraria de Nossa Senhora da Graça sita na freguesia de São Miguel desta Vila de que fiz este termo que assinei. Aveiro 3 de Agosto de 1746. Manuel Cardozo de Andrade. Contém inventário de bens e escrituras de aforamento. Inicia escrituras no ano de 1539 até 1783. Contém inventário de objectos na f64 de 1746 e na f69 novo inventário de 25 de Janeiro de 1778 com aditamento de 8 de Novembro de 1793.

p.8 - 1578 Uma escritura de prazo antigo que fizeram os oficiais de Nossa Senhora da Graça das azenhas do Vale de Ílhavo da dita Confraria, o qual prazo antigo foi feito primeiramente a João André na era de 1578, as quais agora trás (1746) por novo prazo Manuel Francisco, o Esmerado do vale de Ílhavo em preço de 80 alqueires de trigo, 20 de milho feita nas notas de Luís Pinheiro Pacheco, tabelião na Vila de Ílhavo. 


Escrituras e documentos:


1634-12-18 Escritura de compra que fez Miguel Correia de Quadros, escrivão da Confraria, a Pero André e a sua mulher Francisca João de um chão no Vale de Ílhavo, próximo destas azenhas com o dinheiro de acréscimos. Parte do sul com a madriz corrente da água, do nordeste com vessada de Manuel Nunes, o qual foi arrendado a este Manuel Nunes por 10$000 réis em 1635 por escritura nas notas do tabelião Baltazar Pais Coelho.
Arquivo Diocesano de Aveiro (fundo Confraria de Nossa Senhora da Graça da Igreja de São Miguel de Aveiro)  ©  
PT/ADAVR/DIO/CNSGAVR17/003/000003, 
doc. 5f
1635-08-22 Escritura de desistimento que fez Manuel André, o Gadelha aos oficiais da Confraria de Nossa Senhora da Graça da Igreja de São Miguel de Aveiro das azenhas de Vale de Ílhavo, que aceitaram e tomaram delas posse, e delas fizeram novo prazo a seu filho Pero André feita nas notas do tabelião de Ílhavo, Luís Pinheiro de Morais .
Arquivo Diocesano de Aveiro (fundo Confraria de Nossa Senhora da Graça da Igreja de São Miguel de Aveiro)  © 
PT/ADAVR/DIO/CNSGAVR17/003/000004, doc. 4f
Saibam quantos este instrumento de desistimento que vale em direito e melhor chamar se possa deste dia para sempre virem que no ano de nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil seiscentos e trinta e cinco anos aos vinte e dois dias do mês de Agosto do dito ano no Vale de Ílhavo, termo da Vila de Ílhavo e na azenha em que vive Manuel André, o Gadelha de alcunha aí pareceu ele presente e suam mulher Margarida André, pessoas conhecidas de mim tabelião e por eles ambos foi dito perante mim e testemunhas adiante nomeadas que eles tinham e possuíam duas azenhas pertencentes uma e outra as quais se chamam as azenhas de Nossa Senhora da Graça da Vila de Aveiro, sitas no dito Vale de Ílhavo e que ambas partem do norte com estrada que vai para a azenha que foi de Nuno Borges e do sul com terras que foram de João André, defunto seu pai e logo deles sobreditos, as quais azenhas os oficiais de Nossa Senhora da Graça da Vila de Aveiro emprazaram e aforaram em fateozim ao dito João André.

1639-06-11 Escritura de aforamento das duas azenhas do Vale de Ílhavo que a Confraria de Nossa Senhora da Graça da Igreja de São Miguel fez a favor de Pero André, o Gadelha e sua mulher Francisca Joana, feita nas notas do tabelião Mateus Fernandes de Oliveira.
Arquivo Diocesano de Aveiro(fundo: Confraria de Nossa Senhora da Graça da Igreja de São Miguel de Aveiro)  ©   
PT/ADAVR/DIO/CNSGAVR17/003/000005, doc. 6f
1685-05-16 Escritura de desistimento que fez a moleira Maria Francisca, viúva que ficou de José Nunes aos oficiais da Confraria de Nossa Senhora da Graça da Igreja de São Miguel de Aveiro das azenhas de Vale de Ílhavo, feita nas notas do tabelião Roque de Matos Adrião da Vila de Aveiro.
Arquivo Diocesano de Aveiro ©  
Arquivo Distrital de Aveiro PT/ADAVR/DIO/CNSGAVR17/003/000007, 4f
1830-05-15 Sentença cível de demarcação da azenha do Vale de Ílhavo entre Augusto Ferreira Pinto Basto da Vista Alegre, o Rev. José da Cunha Nunes como tesoureiro da Confraria de Nossa Senhora da Graça de São Miguel de Aveiro e José Duarte Mourão como procurador das religiosas do Convento da Madre de Deus de Sá de Aveiro e termo da Vila de Ílhavo pertencentes ao Donatário desta Vila o Morgado de Carvalhais; Demarcação da água que corre da azenha da Aleixa de que é moleiro Francisco dos Santos Teco para a azenha de Augusto Ferreira Pinto Basto, a fim de não afrontar a água da roda, sendo presentes Manuel Francisco Cardozo de Vale de Ílhavo e Francisco Fernandes Grego da Ermida por conhecimento da altura em que corria a água fazendo novo marco de pedra.
Arquivo Diocesano de Aveiro(fundo: Confraria de Nossa Senhora da Graça da Igreja de São Miguel de Aveiro)  ©  
PT/ADAVR/DIO/CNSGAVR17/006/00008, doc. 6f

Quadro de síntese de proprietários das azenhas de Nossa Senhora da Graça de Vale de Ílhavo

1578 - João André
1600 - Manuel André, o Gadelha
1608 - Herdeiros de Manuel André: Domingos André, o Candelo, António Ribeiro, Miguel António, Manuel André, o Cartaxo e Manuel Gonçalves Alberto
1639 - Pero André, o Gadelha
Simão Francisco
António Gonçalves
Manuel Nunes, o Calado, moleiro de Vale de Ílhavo
1685 - Maria Francisca, moleira viúva de José Nunes
1746 - Manuel Francisco, o Esmerado
1774 - João Francisco, moleiro de Vale de Ílhavo
1829 - Inácio Nunes Vieira
António Gomes da Silva


Ver mais em:
Oudinot, José Reinaldo Rangel de Quadros, Aveiro: origens, brasão e antigas freguesias, Paisagem Editora, 1984, p.81
Oudinot, José Reinaldo Rangel de Quadros, Aveiro - Apontamentos Históricos, Câmara Municipal de Aveiro, 2009, p.73

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Santuário de Schoenstatt da Colónia Agricola: contributo para a sua história

No dia 1 de Maio 1979, foram iniciadas as obras de construção do Santuário de Schoenstatt na Colónia Agrícola,um Santuário totalmente construído pelo povo. O projecto espiritual foi conquistado, a terra e os tijolos foram carregados pelas mulheres, os alicerces escavavam os homens e juntos rezavam e cantavam. Essa era a gente da terra que sonhava e fez do sonho vida.
Ainda nesse mês foi benzida a pedra angular em cerimónia presidida por D. Manuel de Almeida Trindade e participada por um grande número de pessoas que peregrinaram a pé desde a paróquia. A pedra fundamental veio de Roma do túmulo de São Pedro. Abençoada pelo Papa João Paulo II, expressa a missão do Santuário em construção: TABOR MATRIS ECCLESIAE. Nesse ano, recordavam-se as palavras do Pe. Kentenich ditas 50 anos antes, junto ao santuário original: “À sombra deste Santuário serão decididos, essencialmente, os destinos da Igreja e do mundo por séculos!”
No dia 21 de Outubro, deu-se a solene inauguração do Santuário Tabor Matris Ecclesiae em celebração presidida pelo Bispo Diocesano e a que estiveram também presentes o Arcebispo de Mitilene, D. Maurílio e um grande número de sacerdotes de Schoenstatt e das paróquias vizinhas.
Em 1993 o Santuário de Aveiro foi decretado diocesano. No decreto o Sr. Bispo escreve: “Desejamos que as nossas paróquias e comunidades de vida consagrada, os serviços pastorais, os movimentos e os grupos apostólicos da Diocese, bem como as famílias cristãs em geral, considerem o Santuário Diocesano “Tabor Mater Ecclesiae” como um lugar convidativo ao enriquecimento espiritual, ao dinamismo apostólico e ao empenho pastoral.”
Todos os anos se organiza a peregrinação diocesana a este Santuário, o qual D. António Francisco dos Santos, actual Bispo Diocesano, caracteriza como Santuário Mariano, Santuário Vocacional e Santuário Eucarístico.









Deixamos, por curiosidade, registo fotográfico da visita do Papa João Paulo II, ao santuário original em Schoenstatt, na Alemanha: