A religiosidade, o culto ao padroeiro, São Salvador, e o subsequente legado de arte sacra do concelho de Ílhavo, são a história continuada e a mais real prova da fé do povo e agregação social. A história da cidade não se escreveria, nem se conheceria, sem estes mil anos de registos documentados sobre a ação da Igreja em Ílhavo.
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quarta-feira, 21 de setembro de 2016
Os Almadas (da Casa da Índia) donatários e Senhores de Ílhavo
Em 1696 D. Maria Antónia de Almada, casada com D. Bernardo de Noronha, adquire a Quinta da Má Partilha em Azeitão, Setúbal, que a junta, mais tarde, ao morgadio do Outeiro da Boavista, que possuía em Lisboa, e ao dos Arneiros, que instituiu em Azeitão; Por morte de D. Bernardo, a sua viúva passou a residir permanentemente em Azeitão. Tiveram, entre outros filhos, D. Teresa de Noronha, que enviuvando de D. António de Noronha veio viver com sua mãe. Em 1713 D. Maria Antónia de Almada virá a Ílhavo fazer posse da Igreja e da Vila. Em 1720 morre D. Maria Antónia de Almada. A filha volta para Lisboa, sendo a primeira mulher de Sebastião José de Mendonça, mais tarde Marquês de Pombal, na altura um pobre fidalgo de pouca grandeza e descendente de uma índia brasileira o que veio a criar grande consternação na família. Daí alguma das estreitas ligações entre Ílhavo e o Marquês de Pombal, visto sua mulher D. Teresa de Noronha e Bourbon Mendonça e Almada ter contratado para Lisboa mão de obra para a sua casa naquela que era a sua Vila de Ílhavo. Sucede-lhe, na administração da Quinta da Má Partilha de Azeitão, D. Francisco de Almada, que, tendo nascido em 1700, casou em 1716 com D. Guiomar de Vasconcelos, filha do 6º Conde de Calheta, e faleceu em 1730. D. José da Silveira, último provedor da Casa da Índia, senhor de Carvalhais e Ílhavo, Verdemilho e Avelãs, 1º Conde de Carvalhais, foi um convencionado de Évora-Monte, o que limitou muito a sua fortuna e só não conduziu à perda da Quinta da Má Partilha porque seu feitor e grande amigo António de Almeida Sales, que exercia o cargo do vereador em Azeitão, se tomou seu depositário. Em 1854 morre o Conde de Carvalhais, senhor de Ílhavo, Verdemilho e Avelãs e em 1878 morre o seu último filho, sendo a quinta e outros bens de Azeitão deixados a Alberto James Gomes de Oliveira, vizinho a quem os Almadas estavam ligados por estreitos laços de amizade.
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